O presidente Barack Obama pronunciará seu discurso de despedida na próxima semana, em Chicago, seu reduto eleitoral, onde há oito anos festejou sua eleição à Casa Branca ante uma multidão tomada pelo entusiasmo.
Leia Também
"Na terça-feira, dia 10 de janeiro, regressarei a minha casa em Chicago para me despedir de vocês e expressar meu reconhecimento", indicou Obama em um breve texto publicado nesta segunda-feira (2), recordando que esta tradição remonta à presidência de George Washington.
Discurso
Ao comentar que começou a rascunhar o texto que será lido, o presidente, que chega nesta segunda-feira a Washington depois de duas semanas de férias com sua família no Havaí, assinalou que vai falar sobre os oito anos de sua presidência e também sobre o futuro.
"Vejo como uma oportunidade de agradecer por esta extraordinária aventura, de fazer um reconhecimento à forma com que vocês mudaram este país para melhor ao longo de oito anos e fazer alguns reflexões sobre nosso futuro", explicou.
O presidente democrata, de 55 anos, passará o cargo no dia 20 de janeiro ao republicano Donald Trump, de 70 anos.
"Ser presidente de vocês foi um privilégio em minha vida. Continuarei ao lado de vocês como cidadão", tuitou Obama no domingo, no Havaí.
"A mudança chegou aos Estados Unidos", afirmou o primeiro presidente negro da história do país há oito anos, na noite de sua vitória, em 5 de novembro de 2008.
"Se alguém duvida que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível (...) a resposta está aqui esta noite", assinalou então ante dezenas de milhares de pessoas reunidas no Grant Park, um imenso jardim público localizado entre o lago Michigan e fileiras de arranha-céus.
No dia 10 de janeiro, Obama pronunciará seu discurso no centro de conferências McCormick Place, no centro de Chicago, onde falou depois de sua reeleição em 2012.
Na última semana do ano, gravou uma entrevista no podcast "The Axe Files", produzido pela CNN e pela Universidade de Chicago, em que afirmou que poderia ter sido reeleito para um terceiro mandato e que o país ainda abraça amplamente sua visão política, apesar da eleição no mês passado de Donald Trump para sucedê-lo.
Obama disse acreditar que o público americano ainda apoia sua visão progressista, apesar de ter votado em Trump - seu oposto político.
"Acredito nesta visão porque estou confiante de que, se tivesse concorrido de novo e articulado isso, acho que poderia ter mobilizado a maioria do povo americano para apoiar", declarou Obama ao entrevistador, seu antigo assessor sênior David Axelrod, numa das várias entrevistas de fim de mandato que ele tem participado.
Ele se mostrou filosófico e um pouco pesaroso pela derrota dos democratas nas eleições presidenciais, quando Hillary Clinton perdeu para Trump em um resultado surpreendente.
"Perder nunca é divertido", destacou.