fuga em massa

Ataque contra prisão facilita fuga de mais de 150 presos nas Filipinas

Um grupo de homens armados supostamente vinculados a um grupo rebelde muçulmano atacou nesta quarta-feira (4) a unidade prisional

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Publicado em 04/01/2017 às 12:06
Foto: FERDINANDH CABRERA / AFP
Um grupo de homens armados supostamente vinculados a um grupo rebelde muçulmano atacou nesta quarta-feira (4) a unidade prisional - FOTO: Foto: FERDINANDH CABRERA / AFP
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Um grupo de homens armados supostamente vinculados a um grupo rebelde muçulmano atacou nesta quarta-feira (4) uma prisão no sul das Filipinas e facilitou a fuga de mais de 150 presos, na maior evasão da história do arquipélago asiático.

Uma centena de homens atacou uma prisão de Kidapawan, uma localidade 50 km a oeste de Davao, principal cidade da ilha meridional de Mindanao, à 01H00 (15H00 de Brasília de terça-feira).

Os combates duraram duas horas em torno do centro de detenção, um guarda do qual morreu.

"Foi para resgatar seus companheiros detidos, uma operação de resgate", disse o guarda Peter John Bonggat ao canal local de televisão ABS-CBN, ressaltando que o ataque superou as capacidades de defesa dos vigilantes.

O ataque foi lançado por uma facção dissidente do grupo insurgente muçulmano Frente Moro de Libertação Islâmica (MILF), disse Bonggat, referindo-se ao movimento armado islamita mais importante do país, com o qual o governo iniciou negociações de paz.

Ao menos 150 detidos conseguiram fugir, acrescentou Bonggat, que disse ignorar quantos deles estavam vinculados aos combatentes que atacaram a prisão.

O centro de detenção é uma antiga escola situada em uma afastada zona florestal. Abrigava 1.511 detidos antes do ataque.

"Os presos aproveitaram o ataque e empilharam suas camas umas sobre as outras para escapar", relatou Bonggat.

Operação de busca nas Filipinas

Muitos grupos criminosos e movimentos rebeldes - muçulmanos ou comunistas - operam no setor de Kidapawan.

"Temos personalidades muçulmanas (na prisão) que pertencem a várias organizações, vários grupos", declarou Bonggat.

Nesta quarta-feira foi ativada uma vasta operação de busca. As autoridades locais afirmam que seis foragidos foram abatidos e que outros oito foram encontrados.

Von Al Haq, porta-voz do MILF, afirmou que não conhecia a identidade dos ativistas que atacaram a prisão.

O MILF, que conta com 10.000 combatentes, observa atualmente um cessar-fogo.

"É a maior fuga de nossa história", declarou à AFP Xavier Solda, porta-voz da administração penitenciária filipina. "Temos uma verdadeira falta de efetivos".

Shirlyn Macasarte, governador interino da província de Cotabato, indicou que algumas informações apontavam que o ataque havia sido preparado pelos Combatentes pela Liberdade do Bangsamoro Islâmico (BIFF). 

O BIFF é uma cisão do MILF desde 2008, quando negociações de paz fracassaram.

Desde então, dirigiu ataques contra localidades cristãs que deixaram mais de 400 mortos e 600.000 deslocados.

"Recebemos informações segundo as quais um grupo de membros do BIFF queria libertar alguns de seus irmãos, que tinham experiência em assassinatos e na fabricação de bombas", declarou Macasarte à ABS-CBN.

A região de Mindanao, no sul das Filipinas, sofre há décadas com ações armadas de separatistas muçulmanos e grupos criminosos, alguns das quais aderiram ao grupo extremista Estado Islâmico.

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