A incerteza por possíveis mudanças na política comercial e migratória dos Estados Unidos sob o comando de Donald Trump fará com que a América Latina e o Caribe tenham em 2017 uma recuperação econômica mais fraca que o previsto, de 1,2%, declarou nesta segunda-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
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De acordo com o FMI, um eventual estímulo por uma maior demanda do mercado interno americano seria contrabalançado por um aumento generalizado das taxas de juros e pela "incerteza em torno de possíveis mudanças na política comercial e migratória dos Estados Unidos".
Em sua última edição do Panorama Econômico Mundial, de outubro passado, o FMI havia estimado que a região cresceria 1,6% em 2017, mas, ao revisar os números, há uma semana, reduziu em 0,4 ponto percentual esta expectativa.
Em sintonia com este quadro, o FMI revisou em baixa suas perspectivas de desempenho econômico das principais economias da região.
O maior corte de expectativa entre os principais atores da região foi verificado no México, onde o FMI prevê para 2017 um crescimento de apenas 1,7%, sendo que em outubro esta expectativa havia sido de 2,3%, uma redução de previsão de 0,6%.
Apenas Chile e Peru deverão apresentar aumento marginal
O Brasil, enquanto isso, deverá crescer neste ano 0,2%, disse o FMI, contra uma expectativa que em outubro do ano passado era de 0,5%.
No caso da Argentina, o FMI trabalha agora com uma expectativa de crescimento neste ano da ordem de 2,2%, de forma que revisou sua previsão em meio ponto, já que em outubro havia estimado que seria de 2,7%.
Da lista de previsões divulgada nesta segunda-feira, apenas Chile e Peru experimentaram um aumento marginal de suas previsões de crescimento.
Para o FMI, o Chile fechará 2017 com crescimento do PIB de 2,1% (+0,1 ponto), e o Peru com 4,3% (+0,2 ponto).
A Venezuela, por sua vez, deve continuar em retrocesso: o FMI prevê para este ano uma queda do PIB da ordem de 6%, sendo que em outubro havia expressado uma expectativa de -4,5%.