A dirigente de extrema-direita francesa, Marine Le Pen, que avança nas pesquisas de intenção de voto a menos de 80 dias da eleição presidencial, revelou neste sábado (4) seu programa de governo, em meio ao escândalo envolvendo seu rival de direita, François Fillon, que teria dado a sua esposa um cargo fantasma.
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Nos "144 compromissos" que Marine Le Pen revela neste sábado e domingo em Lyon (centro-leste), não há grandes mudanças, senão apenas algumas definições sobre o euro ou a pena de morte.
A dirigente do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN), que lidera as pesquisas de intenção de voto no primeiro turno das eleições, em 23 de abril, mas que seria derrotada no segundo turno de 7 de maio, de acordo com as previsões, falará no domingo em uma manifestação diante de milhares de simpatizantes em Lyon.
Marine Le Pen propõe, se for eleita, a realização de dois referendos sobre "a prioridade nacional" e as quatro "soberanias" - orçamentária, territorial, monetária e legislativa -, que devem ser "recuperadas".
Continuando a campanha para melhorar a imagem da extrema-direita na França, Marine Le Pen suavizou seu vocabulário: já não promete a "saída do euro", mas o "restabelecimento de uma moeda nacional", e deixou de lado a a restauração da pena de morte, propondo a adoção da "perpetuidade real", que eliminaria a possibilidade do condenado de sair da prisão.
Le Pen quer tranformar sua campanha em referendo entre "patriotas" e "globalizadores"
Marine Le Pen quer transformar a campanha presidencial em um referendo entre "patriotas" e "globalizadores", entre os quais ela menciona o seu adversário e ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, que também realiza um comício em Lyon.
Macron, que afirma não estar "nem à direita nem à esquerda", é atualmente o candidato mais bem posicionado, segundo as pesquisas, para enfrentar Le Pen.
Macron se beneficia da queda nas pesquisas do candidato de direita, François Fillon, fragilizado pela suspeita de ter empregado sua esposa, Penelope, em um cargo fantasma.
Penelope Fillon afirmou que "nunca foi assistente" de seu marido, em uma entrevista de 2007 ao jornal britânico The Sunday Telegraph que o canal francês France 2 recuperou e retransmitiu nesta semana.