O governo da Colômbia e a última guerrilha ativa do país, o ELN, iniciam nesta quarta-feira, a portas fechadas no Equador, as negociações para um acordo de paz, após a cerimônia de abertura do processo na terça-feira.
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"Mesa com Eln nos enche de otimismo. Novas gerações e vítimas merecem que diálogos avancem e alcancemos a paz completa", escreveu no Twitter o presidente Juan Manuel Santos.
Vencedor do Nobel da Paz pelo acordo assinado em novembro com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o presidente busca negociar um acordo similar com o Exército de Libertação Nacional para acabar com mais de meio século de guerra interna.
"Este não será um processo expresso, mas tampouco de discussões intermináveis", advertiu Santos, que deixará o poder em agosto de 2018.
Na terça-feira à tarde, depois de três anos de contatos secretos e vários meses de atraso, representantes do governo e da guerrilha abriram formalmente as negociações em uma fazenda que pertence aos jesuítas nas proximidades de Quito, diante de jornalistas de todo o planeta.
Tanto a Colômbia quanto o ELN se disseram dispostos a prosseguir com o diálogo "sem complicações". Pablo Beltrán, chefe da delegação da guerrilha, afirmou que o grupo "aceitará sua responsabilidade pelos fatos ocorridos" durante mais de 50 anos de conflito e mostrou confiança de que o outro lado "fará o mesmo".
Por sua vez, Juan Camilo Restrepo, líder dos negociadores de Bogotá, cobrou do ELN uma "renúncia pública" a atividades de sequestro. As negociações deveriam ter começado ainda em 2016, mas a recusa da guerrilha em libertar o ex-congressista Odín Sánchez Montes Ocoa acabou atrasando o início. A vítima foi solta na semana passada, permitindo o começo das negociações.
O ELN tem um contingente estimado em 1,5 mil militantes, atrás apenas das Farc, que assinaram um acordo de paz com a Colômbia no fim de 2016. O pacto rendeu o prêmio Nobel da Paz ao presidente Juan Manuel Santos.
A aproximação entre o governo e a guerrilha começou em 2014, em reuniões secretas realizadas em Equador, no Brasil e na Venezuela, com Cuba e o Chile como observadores. As conversas exploratórias terminaram em 2016, quando os dois lados anunciaram a disposição de começar as negociações, que também serão monitoradas por nações como a Itália, Alemanha, Holanda, Suécia, Suíça e Noruega.