O papa Francisco denunciou nesta quarta-feira as brutalidades cometidas contra a minoria muçulmana rohingya de Mianmar diante dos milhares de fiéis que acompanharam a audiência geral no Vaticano.
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São "pessoas boas e pacíficas" que "sofrem há anos", disse o Papa ao se referir a esta minoria, que segundo as Nações Unidas é um dos povos mais perseguidos do mundo, "sem amigos e sem terra".
Francisco pediu orações por "estes irmãos e irmãs" que foram expulsos de Mianmar, embora gerações inteiras vivam neste país que lhes nega a cidadania.
Segundo um relatório da ONU, as Forças Armadas birmanesas realizaram em outubro uma sangrenta operação repressiva, "uma punição coletiva contra a minoria rohingya", durante a qual mataram centenas de pessoas, massacraram crianças, estupraram mulheres, queimaram e saquearam lares.
Cerca de 66.000 rohingyas precisaram fugir a Bangladesh e outros 22.000 foram deslocados dentro do país, segundo o mesmo relatório, que acusa Mianmar de aplicar uma verdadeira "limpeza étnica".
Alvos de uma violência histórica
Os rohingyas, cerca de um milhão de habitantes, são alvos de uma histórica campanha de violência antimuçulmana, relançada em 2012 por um movimento budista, religião majoritária em Mianmar.
As autoridades birmanesas acusam os rebeldes rohingyas de vínculos com o grupo extremista Estado Islâmico (EI) e de ser os autores dos ataques de 9 de outubro contra vários cruzamentos fronteiriços.