Iêmen

Bombardeio contra velório deixa 9 mortos no Iêmen

O ataque ocorreu em Sharah, no distrito de Arhab, 40 km ao norte da capital do Iêmen, nas mãos dos rebeldes xiitas huthis

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Publicado em 16/02/2017 às 10:51
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O ataque ocorreu em Sharah, no distrito de Arhab, 40 km ao norte da capital do Iêmen, nas mãos dos rebeldes xiitas huthis - FOTO: Mohammed Huwais/AFP
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Oito mulheres e uma criança morreram em um bombardeio aéreo contra uma cerimônia de velório perto da capital do Iêmen, Sanaa, ocorrido na noite de quarta-feira, agravando o balanço de civis falecidos da guerra civil.

O ataque ocorreu em Sharah, no distrito de Arhab, 40 km ao norte de Sanaa, nas mãos dos rebeldes xiitas huthis.

Estes últimos, que controlam Sanaa e boa parte do norte do Iêmen, acusaram a coalizão árabe dirigida por Riad de estar por trás do ataque.

A coalizão árabe afirmou em um comunicado que estava investigando o incidente e informou que rebeldes e partidários do governo haviam combatido no setor atingido pelo bombardeio.

Fontes médicas informaram sobre nove mortos, oito mulheres e uma criança, e outras dez mulheres feridas.

Estas fontes e a agência Sabanews.net, controlada pelos rebeldes, indicaram que o bombardeio atingiu a casa de Mohammed al Nakai.

Al Nakai explicou a um fotógrafo da AFP que o ataque ocorreu durante uma cerimônia de luto em homenagem ao seu irmão e que sua casa ficou totalmente destruída.

"O míssil atingiu (a casa) (...) retiramos quatro corpos enquanto outros seguiam nos escombros", disse, denunciando uma "agressão bárbara".

Na guerra no Iêmen os rebeldes huthis, aliados dos simpatizantes do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, enfrentam as forças leais ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi, apoiadas pela coalizão árabe.

Esta coalizão, que intervém militarmente desde março de 2015 no Iêmen, foi acusada em várias ocasiões de cometer abusos que custaram a vida de civis e prometeu tomar medidas para evitar este tipo de incidentes.

Desde que a coalizão se envolveu no conflito, mais de 7.400 pessoas morreram e 40.000 ficaram feridas, grande parte delas civis, em um contexto de grave crise humanitária.

'Erros'

Por outro lado, a Human Right Watch (HRW) indicou nesta quinta-feira que dois estudantes e um responsável escolar faleceram no dia 10 de fevereiro em um bombardeio aéreo da coalizão árabe no distrito de Nihm, perto de Sanaa.

A ONG voltou a convocar a coalizão e os rebeldes a "proteger melhor as crianças (das consequências) dos combates".

Em outubro, a coalizão reconheceu ter matado por engano mais de 140 pessoas após a investigação de bombardeios aéreos registrados no dia 8 de outubro contra uma cerimônia de luto em Sanaa. 

Em dezembro, também admitiu ter cometido um "erro" no dia 15 de agosto, em um bombardeio perto de um hospital administrado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) em uma província do norte controlada pelos rebeldes, onde 19 pessoas morreram, segundo a ONG.

Além disso, a defesa antiaérea saudita interceptou na noite de quarta-feira um míssil lançado pelos huthis contra a cidade saudita de Jamis Mushait, que abriga uma base aérea utilizada nas operações contra os huthis, sem que tenham sido registrados danos, informou a agência oficial saudita SPA citando um comunicado da coalizão.

Por outro lado, 15 insurgentes morreram e 20 ficaram feridos em bombardeios da coalizão contra posições rebeldes ao norte da cidade de Moca (oeste) na noite de quarta-feira, segundo fontes médicas e militares.

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