COREIA DO NORTE

Segunda mulher é detida em caso de assassinato de irmão de Kim Jong-un

Kim Jong-nam morreu na segunda (13) após ter sido atacado por duas mulheres que teriam lançado um líquido em seu rosto no aeroporto de Kuala Lumpur

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Publicado em 16/02/2017 às 6:51
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Kim Jong-nam morreu na segunda (13) após ter sido atacado por duas mulheres que teriam lançado um líquido em seu rosto no aeroporto de Kuala Lumpur - FOTO: Foto:JIJI PRESS / AFP
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Uma segunda suspeita, com passaporte da Indonésia, foi detida nesta quinta-feira (16) no caso do assassinato na Malásia do meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un, um homicídio digno da Guerra Fria, que Seul atribui a agentes de Pyongyang.

Kim Jong-nam faleceu na segunda-feira depois de ter sido atacado por duas mulheres que teriam lançado um líquido em seu rosto no aeroporto internacional de Kuala Lumpur.

As duas suspeitas foram detidas separadamente no âmbito da investigação deste assassinato, classificado por Seul como prova da "brutalidade e da natureza desumana" do regime norte-coreano.

Segundo responsáveis dos serviços de informação sul-coreanos, Kim Jong-nam foi envenenado por agentes norte-coreanas no aeroporto da capital malaia. Ele se preparava para embarcar para Macau, uma região administrativa da China onde viveu exilado durante anos.

As imagens das câmeras de segurança publicadas pela imprensa malaia mostram uma asiática, apresentada como uma das suspeitas, vestida com uma camiseta branca com as letras "LOL" estampadas.

Outras detenções serão realizadas nesta quinta-feira, declarou um funcionário da polícia malaia, Tan Sri Noor Rahshid Ibrahim, à agência de notícias malaia Bernama.

Pyongyang se opõe à necropsia de irmão de Kim Jong-un

A primeira detida, Doan Thi Huong, de 28 anos, com passaporte vietnamita, comparecerá nesta quinta-feira perante um tribunal da capital malaia.

Abdul Samah Mat, chefe da polícia do Estado de Selangor, onde se encontra o aeroporto, indicou à AFP que a polícia havia obtido uma ordem de detenção de sete dias para as duas mulheres. A segunda suspeita, Siti Aishah, de 25 anos, possui um passaporte indonésio.

O corpo de Kim Jong-nam permanece em um hospital de Kuala Lumpur, onde foi realizada uma necropsia. Os resultados da análise, no entanto, não foram divulgados.

A Coreia do Norte havia se oposto à necropsia, declarou à AFP uma autoridade malaia próxima às investigações. "Mas dissemos a ela que a lei malaia era aplicada", acrescentou.

Segundo o vice-primeiro-ministro malaio, Ahmad Zahid Hamidi, seu país entregará à Coreia do Norte o corpo de Kim Jong-nam, a pedido do governo norte-coreano.

"Facilitamos o pedido de qualquer governo estrangeiro, embora seja necessário respeitar os procedimentos", disse Hamidi.

"Nossa política consiste em honrar as relações bilaterais com qualquer país estrangeiro", explicou.

Hamidi confirmou que o homem assassinado na segunda-feira no aeroporto de Kuala Lumpur era Kim Jong-nam. Até agora, a polícia mencionava um norte-coreano quando se referia à vítima do assassinato do aeroporto.

"Tinha em seu poder dois documentos de identidade diferentes, provavelmente um documento falso e um passaporte verdadeiro", acrescentou o vice-primeiro-ministro referindo-se a Kim Jong-nam.

- O erro da Disneyland -

Kim Jong-nam, considerado por algum tempo como o sucessor do regime, caiu em desgraça em 2001, quando protagonizou um incidente embaraçoso para o regime comunista. Foi detido no aeroporto de Tóquio com um passaporte falso da República Dominicana. Na época, afirmou que queria visitar o parque de diversões Disneyland.

Desde então, viveu no exílio com sua família em Macau, Cingapura e China. Viajou em diversas ocasiões a Bangcoc, Moscou e Europa.

No fim da presidência de seu pai, se mostrou crítico ao sistema dinástico do regime norte-coreano. Além disso, expressou suas dúvidas a respeito da capacidade de seu meio-irmão quando este assumiu o poder, no fim de 2011.

Os anúncios de expurgos, execuções e desaparecimentos - alguns confirmados, outro não - são frequentes desde então.

Kim Jong-nam escreveu em 2012 a Kim Jong-un para implorar que ele perdoasse sua vida e a de sua família, afirmaram na quarta-feira deputados sul-coreanos após uma reunião com o diretor dos serviços de espionagem sul-coreanos.

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