A Alemanha proibiu a venda da boneca conectada à internet "Minha amiga Cayla" no país, anunciaram na sexta-feira reguladores, que consideram que o brinquedo é um "dispositivo de espionagem".
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A Agência Federal de Redes, que regula dispositivos de vigilância, instou os pais das crianças a desativarem o brinquedo interativo.
"Os objetos que escondem câmeras ou microfones e que são capazes de transmitir dados sem serem detectados comprometem a privacidade das pessoas", disse o chefe da agência, Jochen Homann.
"Isto se aplica em particular aos brinquedos para crianças. A boneca Cayla foi proibida na Alemanha. Isso é também para proteger os mais vulneráveis ??da nossa sociedade", acrescentou.
"Minha amiga Cayla", do fabricante americano Genesis Toys, pode contar histórias e responder perguntas simples feitas pelas crianças.
A boneca, que pode ser controlada à distância pelo celular, envia um áudio com a pergunta da criança para um aplicativo em um dispositivo digital, que procura uma resposta na internet e a envia de volta ao brinquedo.
Os reguladores alemães alertaram, em uma declaração, que o que as crianças dizem ou as conversas de outras pessoas poderiam ser gravados e transmitidos sem o conhecimento dos pais.
"Uma empresa também poderia usar o brinquedo para fazer propaganda diretamente para a criança ou para os pais", disse.
"Além disso, se o fabricante não tiver protegido adequadamente a conexão sem fio, o brinquedo pode ser usado por qualquer pessoa nas proximidades para ouvir as conversas sem ser detectada", acrescenta.
Fabricante afirma que revisa a criptografia da boneca regularmente
A Genesis Toys disse em seu site que revisa regularmente a "criptografia e as medidas de segurança física" para proteger contra o acesso não autorizado às informações pessoais dos clientes.
A fabricante advertiu, porém, que "infelizmente, nenhum método de transmissão pela internet, ou método de armazenamento eletrônico, é 100% seguro".
O órgão regulador acrescentou que vai "inspecionar outros brinquedos interativos e, se necessário, tomar outras medidas".
A Associação Europeia de Defesa do Consumidor apoiou a decisão.
"Os outros países da União Europeia deveriam seguir o exemplo do regulador alemão e retirar este produto do mercado", apontou a associação, pedindo um reforço da legislação europeia sobre ameaças informáticas.