EUA

Uber contrata ex-secretário de Obama para investigar denúncia de assédio sexual

Uma engenheira que trabalhou no Uber publicou um artigo no qual revela que abriu mão de seu cargo porque um diretor fez insinuações sexuais

AFP
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Publicado em 21/02/2017 às 6:51
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Uma engenheira que trabalhou no Uber publicou um artigo no qual revela que abriu mão de seu cargo porque um diretor fez insinuações sexuais - FOTO: Divulgação
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A empresa de transporte privado Uber contratou Eric Holder, ex-secretário de Justiça do governo de Barack Obama, para investigar as condições de trabalho na companhia e tentar reduzir o escândalo provocado pelas denúncias de assédio sexual de uma ex-funcionária.

Susan Fowler, uma engenheira que trabalhou no Uber até o fim do ano passado, publicou no domingo um artigo em seu blog no qual revela que abriu mão de seu cargo porque um diretor fez insinuações sexuais, a partir do momento em que entrou na empresa no fim de 2015. O diretor executivo do Uber, Travis Kalanick, anunciou na segunda-feira o início de uma "investigação urgente".

Em um e-mail enviado aos funcionários e ao qual a AFP teve acesso, Kalanick informa que Eric Holder e a advogada Tammy Albarran do escritório Covington & Burling farão uma "revisão independente dos problemas específicos vinculados ao ambiente de trabalho  revelados por Susan Fowler, assim como de modo geral sobre a diversidade e a inclusão no Uber".

Arianna Huffington, do Conselho Administrativo do Uber, Liane Homsey, diretora de Recursos Humanos, e Angela Padilla, diretora para Assuntos Legais, também participarão na investigação. Fowler revelou que apresentou reclamações a diretores da empresa no departamento de Recursos Humanos, mas ouviu que era a "primeira ofensa" deste funcionário e que não queriam punir e deixar incomodado um "alto executivo".

Mulheres no Uber

A denunciante disse que nos meses posteriores outras engenheiras da empresa conversaram com ela e informaram que sofreram assédios similares. Ela também denunciou políticas sexistas no Uber, ao destacar que o percentual de mulheres na empresa caiu de 25% a 3% do momento em que foi contratada até o pedido de demissão, o que segundo Fowler evidencia o "sexismo dentro da organização". Kalanick disse que nas áreas engenharia, gestão de produtos e científica 15,1% dos funcionários são mulheres. 

O índice "não mudou consideravelmente no último ano", afirmou, antes de estabelecer uma comparação com o número de mulheres contratadas por outras empresas do setor: 17% no Facebook, 18% no Google e 10% no Twitter. O caso reaviva o debate sobre o suposto sexismo no Silicon Valley, criticado constantemente por sua falta de diversidade social. Assim como os negros e latinos, as mulheres têm pouca representação entre os funcionários do setor de tecnologia.

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