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Peru tenta se recuperar de danos; chuvas atingem o norte do país

As autoridades mantêm em 72 o número de mortos pelas inundações desde janeiro

AFP
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Publicado em 19/03/2017 às 10:44
Foto: STR, CELSO ROLDAN / AFP
As autoridades mantêm em 72 o número de mortos pelas inundações desde janeiro - FOTO: Foto: STR, CELSO ROLDAN / AFP
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O Peru tentava se recompor, neste domingo, dos estragos causados em sua costa pelos deslizamentos de terra e pedras, assim como pelo transbordamento dos rios que, após atingirem a capital, afetavam novamente o norte, inundando cidades e bloqueando estradas.

No sábado, uma forte cheia - a quinta dos últimos dias - chegou à cidade de Trujillo.

Os "huaicos", como são conhecidas no Peru as avalanches após fortes chuvas e transbordamento dos rios, voltaram a deixar as ruas da cidade cheias de lama e complicaram a operação no aeroporto local.

"Estou há mais de cinco dias preso em Trujillo. Minha família vive em uma zona de Lima afetada pelos 'huaicos', mas não tenho comunicação. Somos 500 pessoas presas aqui. Não podemos viajar. Só podemos esperar, não há outra alternativa", disse à rádio RPP o passageiro Ernesto Álvarez.

As chuvas tampouco parava no norte. Em Piura, as ruas voltavam a ficar alagadas com a passagem do El Niño Costeiro.

As autoridades mantêm em 72 o número de mortos pelas inundações desde janeiro, segundo o primeiro-ministro, Fernando Zavala. Foram registrados 72.115 desalojados e 567.551 afetados.

"Haverá chuvas fortes em regiões do norte e no centro de Lima nos próximos dias, por isso a situação de alerta se mantém", comentou Zavala no sábado.

Enquanto isso, a ajuda humanitária é arrecadada pelo governo e por instituições privadas e enviada por meio de aviões e barcos. "Esta crise vai passar e enquanto isso devemos nos ajudar e nos solidarizar com as vítimas desses problemas", disse o presidente, Pedro Pablo Kuczynski.

As chuvas deixaram a cidade de Huarmey submersa, com relatos de alagamentos de mais de um metro de altura.

O prefeito de Huarmey, Miguel Sotelo, irrompeu em uma coletiva de imprensa do presidente na noite de sexta-feira para pedir ajuda. "Meu povoado está inundado. Três dias e já estamos debaixo d'água. Não há luz, nem comida. Por favor, o leito do rio passa pelo meu povoado. Peço, com respeito, cinco caminhões e duas escavadeiras para cortar o rio e não entrar no meu povoado", suplicou.

O governo assegurou que estava resolvendo o problema. "Em Huarmey e Casma tivemos três pontes destruídas e recuperamos a conexão", explicou o ministro dos Transportes, Martín Vizacarra.

Na noite de sábado foi reportada a queda da ponte Virú, que liga Trujillo a Lima. "A ponte caiu, é a via que une o norte do Peru com Lima. Este é um pedido de ajuda", disse à imprensa o prefeito de Virú, Ney Gamez.

Vizcarra informou que estavam sendo levadas estruturas para recuperar a conexão com o norte do país em 24 horas.

O alerta vermelho para novos "huaicos" na capital foi retirado no sábado à noite e aos poucos o serviço de água potável era normalizado.

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