O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou, através de sua agência de propaganda Amaq o atentado de quarta-feira, em Londres, que deixou três mortos, além do autor do ataque.
"O autor do ataque diante do Parlamento britânico é um soldado do EI e a operação foi realizada em resposta a um chamado para atacar os países da coalizão" internacional antijihadista, indica a agência de propaganda do, Amaq.
Esta é a primeira vez que o EI reivindica um atentado na Grã-Bretanha, que é membro da coalização internacional dirigida pelos Estados Unidos.
O agressor que matou três pessoas em Londres era um extremista conhecido pelos serviços de segurança, conforme anunciou nesta quinta-feira a primeira-ministra Theresa May.
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Um dia depois do atentado, o Parlamento britânico retomou as atividades e tanto no interior quanto no exterior do recinto, policiais, parlamentares e cidadãos respeitaram um minuto de silêncio,
A polícia, que privilegiava a pista de terrorismo, prendeu oito pessoas menos de 24 horas depois que um homem atropelou pedestres perto do Big Ben e depois esfaqueou até a morte um policial que protegia o Parlamento, antes de ser abatido.
O atentado deixou quatro mortos, incluindo o criminoso, e 40 feridos.
Após o minuto de silêncio, Theresa May discursou no Parlamento e revelou que o autor do atentado era um britânico que há alguns anos "foi investigado pelo Mi5 (serviços de inteligência) por suspeitas de violência extremista".
A primeira-ministra chamou o homem de "figura secundária" e ressaltou a tese antecipada pela polícia de que o agressor atuou por motivações ideológicas islamitas. Sua identidade não foi divulgada até o momento pela autoridades.
"Não temos medo", disse May em tom de desafio: "Nunca hesitaremos diante do terrorismo".
A rainha da Inglaterra, Elizabeth II, condenou em um comunicado a "terrível violência" do atentado.
A rainha expressou seus pêsames a "todos aqueles afetados pela terrível violência de ontem", em um comunicado no qual anuncia a suspensão de uma visita ao quartel-general da polícia em função dos acontecimentos de quarta-feira.
Mulher de origem espanhola entre os mortos
Uma das três vítimas fatais do atentado foi a britânica de origem espanhola Aysha Frade, de 43 anos, professora e mãe de duas meninas.
"Trata-se de uma cidadã britânica filha de uma cidadã espanhola", explicou à AFP o Escritório de Informação Diplomática em Madri. "Os familiares estão na Galícia", no noroeste da Espanha, acrescentou.
Segundo sua prima Ana, entrevistada nesta quinta-feira pela rádio espanhola Cope, Aysha era casada e mãe de duas meninas de 7 e 9 anos.
Os feridos, entre os quais sete em estado grave, constituíram também um mosaico de nacionalidades: franceses, sul-coreanos, gregos, um alemão, um polonês, um irlandês, um italiano e um americano, além de britânicos.
A outra vítima fatal foi o agente da polícia Keith Palmer, de 48 anos, e ainda não se sabe o nome do homem de 50 anos na ponte de Wesminster.
Oito detidos
Oito pessoas foram detidas em seis residências na Grã-Bretanha no âmbito da investigação do atentado em Londres, anunciou nesta quinta-feira a polícia britânica.
As investigações acontecem em Londres, Birmingham e outros pontos do país, afirmou em uma entrevista coletiva Mark Rowley, comandante da unidade antiterrorista da Scotland Yard.
A imprensa britânica já havia informado algumas horas antes sobre uma grande operação policial em Birmingham, que teria resultado em várias detenções.
Esta cidade do centro da Inglaterra possui uma das maiores comunidades islâmicas do país.
Mohamed Abrini, um dos autores dos atentados de Bruxelas e Paris, morou em Birmingham.
Até o momento, nenhum grupo reivindicou o atentado, mas como aconteceu em 2016, em uma feira de Natal de Berlim (com 12 mortos) e na cidade francesa de Nice (86 mortos), o criminoso utilizou um veículo para executar o ataque.
"O atentado tem características similares aos que vimos recentemente em Nice e Berlim. É necessário constatar que o grupo Estado Islâmico não reivindicou ainda o atentado, apesar de ter aplaudido o ato ontem", disse à AFP Emily Winterbotham, pesquisadora do centro de análises RUSI, com sede em Londres.
"Estes agressores atuam sozinhos na operação, mas não no que diz respeito à inspiração e planejamento. É possível que tenha recebido apoio de várias fontes", completou.
Este foi o ataque mais violento no Reino Unido desde os atentados suicidas de 7 de julho de 2005 em Londres, que deixaram 56 mortos, incluindo os quatro homens-bomba.
Mais policiais nas ruas
A área de Westminster, com o Big Ben, a sede do Parlamento e a maioria de ministérios e prédios do governo, é muito procurada por turistas, além do elevado número de funcionários.
O perímetro ao redor do Parlamento permanece, no entanto, isolado e a estação de metrô de Westminster fechada ao público.
A ponte de Westminster, onde os investigadores continuam trabalhando, também está fechada ao público.
O aumento da presença policial na cidade era visível e as manchetes de todos os jornais eram dominadas pelo atentado: "Terror em Westminster" (The Guardian) ou "O maníaco que esfaqueou o Reino Unido no coração" (The Sun).
"Me tranquiliza ver tantos policiais nas ruas, definitivamente há nervosismo, você consegue sentir", declarou à AFP Jason Llewelyn, funcionário do governo que seguia para o trabalho, perto do local do ataque.
"Passo todas as manhãs pela ponte de Wesminster e é evidente que aqui aconteceu algo muito grave", completou.