Ao menos cinco pessoas morreram nesta quarta-feira na cidade de Lahore, leste do Paquistão, em um atentado suicida reivindicado pelos talibãs contra uma equipe que trabalha no censo da população do país.
A explosão, por volta das 8H00 locais (0H00 de Brasília) em uma avenida da periferia da capital cultural do Paquistão, também deixou 18 feridos. Três militares estão entre os mortos, informou o governo municipal.
O Movimento Talibã do Paquistão (TTP) reivindicou o ataque.
"Reivindicamos a responsabilidade do atentado de Lahore. Foi executado porque as forças paquistanesas continuam matando nossos integrantes detidos", afirmou um porta-voz do grupo.
Farhan Aslam, que estava em uma motocicleta com o pai no momento da explosão, é um dos feridos.
"Nós caímos no chão com o impacto, havia sangue para todos os lados. Também vi dois corpos e pessoas chorando", afirmou à AFP no hospital em que recebeu atendimento.
Homem-bomba
De acordo com o exército, um homem-bomba cometeu o ataque contra um ônibus que transportava uma equipe de militares e civis que trabalham no recenseamento.
O Paquistão iniciou em março seu primeiro censo em quase duas décadas, um trabalho gigantesco que conta com a participação de dezenas de milhares de pessoas, entre civis e militares.
A operação provoca tensão política e preocupação no país por suas prováveis repercussões, sobretudo no que diz respeito às circunscrições eleitorais, como a distribuição de cadeiras no Parlamento ou o repasse de recursos federais.
O Paquistão, sexto país com maior população do mundo, segundo a ONU, tem quase 200 milhões de habitantes.
Mais de 300.000 pessoas estão envolvidas na operação do censo, incluindo 84.000 civis, em sua maioria professores e funcionários públicos locais, e 44.000 militares. O desafio é muito grande a apenas um ano das eleições legislativas.
"Não é que faltasse segurança, mas você sabe o como é difícil enfrentar os atentados suicidas", afirmou o prefeito de Lahore, Abdullah Sumbal.
"O censo é uma obrigação nacional e será feito a qualquer custo", declarou o porta-voz do exército, Asif Ghafoor, ao falar sobre o atentado.
A violência no Paquistão registrou queda nos últimos anos, após a ofensiva do exército de junho de 2014 contra as bases dos grupos extremistas armados que atuavam, até então, de maneira impune nas zonas tribais do noroeste do país.
Esta calma relativa acabou em fevereiro, quando atentados e atos violentos deixaram mais de 130 mortos.