Espanha

Padre espanhol é absolvido de acusação de pedofilia

Os abusos teriam ocorrido entre 2004 e 2007

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Publicado em 11/04/2017 às 18:30
Foto: Alberto PIZZOLI / AFP
Os abusos teriam ocorrido entre 2004 e 2007 - FOTO: Foto: Alberto PIZZOLI / AFP
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A Justiça espanhola absolveu um padre, nesta terça-feira (11), da acusação de abuso sexual contra um menor de idade, em um famoso caso em que o papa Francisco interveio. No que chegou a ser o maior escândalo de pedofilia descoberto na Igreja Católica espanhola, foram inicialmente indiciados dez religiosos e dois laicos. Entretanto, com esta decisão, todos ficaram livres de acusações. Na sentença desta terça-feira, o tribunal de Granada absolveu o padre Román Martínez, de 63 anos, argumentando "a inconsistência do relato do acusador particular", atualmente com 27 anos, no julgamento ocorrido em março.

O auto explica que "determinadas circunstâncias" que o acusador "dava por certas e inequívocas foram desmontadas por meio de material probatório". A absolvição se baseia "na falta de provas" contra o acusado e também "na falta de convicção que o depoimento" do denunciante "nos causa, resultado de seu relato aspectos absolutamente inverossímeis", acrescenta o autor recebido pela AFP.

O texto diz que o jovem, ex-coroinha e membro da Opus Dei, conheceu o acusado "entre o ano de 1998 e 1999", e por seu envolvimento com a paróquia mantinha com ele "uma estreita relação de amizade", além de considerá-lo uma "referência espiritual". A proximidade era tal que "em algumas ocasiões e, de forma esporádica, dormia na casa paroquial".

Denúncia

Antes de recorrer à justiça civil, o jovem dirigiu sua denúncia ao papa Francisco em uma carta. Esta, enviada em 2014, narra, segundo o autor, "os supostos abusos sexuais sofridos entre os anos de 2004 e 2007 por parte do processado e das pessoas de seu entorno, que consistiam em beijos, massagens e masturbações que eram feitas nele e entre os membros do grupo".

Pouco depois, em outubro de 2014, apresentou a denúncia às autoridades de Granada, e em dezembro deste ano o papa respondeu em uma carta dirigida aos pais do jovem.  "É muito dura a cruz. Peço para que o Senhor lhe ajude a carregá-la", afirmava Francisco.

O presidente da associação Prodeni de apoio a crianças abusadas e advogado de acusação popular, Juan Pedro Oliver, que está estudando a sentença para decidir se irá recorrer, disse à AFP que na Espanha somente 8% dos casos de abuso a menores de idade são denunciados. No entanto, o advogado declarou que tem suas esperanças depositadas no expediente canônico aberto paralelamente no Vaticano. "Tenho a esperança de que assim investiguem o grupo por completo e se possa chegar à verdade", afirmou.

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