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Chefe do Pentágono adverte a Síria sobre o uso de armas químicas

A Síria cometeria "um grave erros se tentasse usar novamente" as armas químicas, Jim Mattis

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Publicado em 21/04/2017 às 17:00
Foto: Toru Yamanaka/AFP
A Síria cometeria "um grave erros se tentasse usar novamente" as armas químicas, Jim Mattis - FOTO: Foto: Toru Yamanaka/AFP
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, afirmou nesta sexta-feira (21) durante uma visita a Israel que "não há dúvida" de a que Síria conservou algumas armas químicas e advertiu o regime de Bashar al-Assad que não utilize as mesmas.

Mattis fez os comentários no início de uma visita a Israel, país que apoiou o bombardeio de punição dos Estados Unidos contra uma base aérea síria após um suposto ataque químico do regime de Damasco.

"Não há dúvida para a comunidade internacional de que a Síria conservou armas químicas, violando os acordos e as promessas de que iria se desfazer delas", disse Mattis,ao lado do ministro israelense Avigdor Lieberman.

"Trata-se de uma violação das resoluções das Nações Unidas", completou.

A Síria cometeria "um grave erros se tentasse usar novamente" as armas químicas. "Deixamos claro com nosso ataque" punitivo contra a base militar síria, disse o chefe do Pentágono.

De acordo com uma fonte militar israelense, o regime de Assad conserva "algumas toneladas" de armas químicas.

A imprensa israelense calcula entre uma e três toneladas. Lieberman não fez comentários durante a entrevista coletiva.

Tel Aviv lançou horas depois um ataque em represália contra o território sírio, após ter recebido um disparo de morteiro desta zona que caiu nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel. 

Assad, que tem o apoio militar da Rússia, negou que as forças do país tenham utilizado armas químicas em 4 de abril ao bombardear a localidade de Khan Sheikhun.

"É uma invenção 100%", disse o presidente sírio.

O regime de Damasco afirma que abriu mão de todas as armas químicas em 2013, após um acordo entre Rússia e Estados Unidos sobre o desmantelamento do arsenal químico da Síria, que recebeu o aval do Conselho de Segurança da ONU.

Mattis se reunirá com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que foi recebido na Casa Branca em fevereiro pelo presidente Donald Trump, assim como com o presidente israelense Reuven Rivlin.

Israel e Estados Unidos têm relações estratégicas estreitas há muitos anos. Washington destina ao Estado hebreu mais de três bilhões de dólares por ano em ajuda militar. O valor passará a 3,8 bilhões a partir de 2018, e por um período de 10 anos.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, falou por telefone com seu colega americano, Rex Tillerson, para queixar-se sobre a oposição de Washington a outra investigação sobre o ataque químico.

As autoridades de Israel devem abordar com Mattis sua preocupação com a influência do Irã na região, algo que também incomoda Washington.

"Para onde você olhar no Oriente Médio, se existem problemas é porque o Irã está presente", acusou na quarta-feira Jim Mattis após uma reunião em Riad com o rei Salman da Arábia Saudita.

Israel se preocupa com a presença na Síria do Hezbollah libanês, apoiado por Teerã, e das forças iranianas que ajudam militarmente o regime de Bashar al-Assad.

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