Conflito

Chefe do Pentágono visita Afeganistão após ataque dos talibãs

A visita de Jim Mattis coincide com as renúncias do ministro da Defesa, Abdullah Habibi, e do Estado-Maior do exército, o general Qadam Shah Shahim.

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Publicado em 24/04/2017 às 12:59
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A visita de Jim Mattis coincide com as renúncias do ministro da Defesa, Abdullah Habibi, e do Estado-Maior do exército, o general Qadam Shah Shahim. - FOTO: AFP
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O secretário de Defesa americano, Jim Mattis, desembarcou nesta segunda-feira (24) no Afeganistão para uma visita surpresa, confirmou um funcionário da Defesa dos Estados Unidos, poucas horas depois da renúncia de seu colega afegão após um grande atentado talibã contra uma base militar.

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Em sua primeira visita ao Afeganistão como chefe do Pentágono, Mattis planejava se reunir com as autoridades afegãs, incluindo o presidente Ashraf Ghani, menos de duas semanas depois de os Estados Unidos dispararem a bomba mais potente de seu arsenal convencional contra posições do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no leste do país.

Sua visita coincide com as renúncias do ministro da Defesa, Abdullah Habibi, e do Estado-Maior do exército, o general Qadam Shah Shahim.

As renúncias ocorreram após uma chuva de críticas contra o governo depois do ataque dos talibãs contra uma base militar próxima à cidade de Mazar-e-Sharif na sexta-feira.

Para a imprensa, o ministro disse que renunciava para preservar os direitos da nação, mas não expressou nenhuma desculpa ou lamento.

Além disso, o presidente Ashraf Ghani também anunciou nesta segunda-feira a destituição de quatro generais do exército, sem fornecer mais detalhes.

Acredita-se que tenha sido o ataque mais mortífero já lançado pelos talibãs contra uma base militar.

Dez homens de uniforme e fortemente armados entraram na base com tanques e abriram fogo contra os soldados, reunidos na mesquita ou no refeitório, desarmados.

Por outro lado, um porta-voz da base atacada, Nasrat Jamshid, contou à AFP que "uma dezena de pessoas, membros das forças armadas, estão sendo interrogados como suspeitos". Este anúncio confirma as suspeitas e acusações de cumplicidade com os talibãs dentro da própria base, às quais alguns dos resgatados se referiram no sábado.

Balanço de mortos

Ainda não se sabe o balanço preciso de mortos no ataque, mas oscilaria entre 130 e 160 falecidos, segundo balanços não oficiais, mas concordantes. As autoridades informaram que houve "mais de cem mortos ou feridos".

O ataque ressalta o fortalecimento dos talibãs, mais de 15 anos após sua expulsão do poder, e faz parte de sua tradicional ofensiva de primavera.

Na tarde desta segunda-feira foi registrado um atentado suicida, com a explosão de um carro na entrada do acampamento Chapman, uma base conjunta dos exércitos afegão e americano perto de Khost (sudeste), mas a polícia local não indicou se deixou vítimas.

A visita de Mattis também ocorre dias depois de Washington lançar uma GBU-43/B, conhecida como a "mãe de todas as bombas", para destruir várias posições do grupo EI na província de Nangarhar (leste). Quase 100 extremistas perderam a vida, segundo balanços de autoridades afegãs.

Mattis, que serviu no Afeganistão, afirmou que está avaliando a situação do conflito no país para o presidente Donald Trump.

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