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Papa encerra visita ao Egito defendendo caridade contra extremismo

A visita aconteceu três semanas após atentados contra a minoria cristã no Egito

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Publicado em 29/04/2017 às 16:15
Foto: GREGORIO BORGIA / POOL / AFP
A visita aconteceu três semanas após atentados contra a minoria cristã no Egito - FOTO: Foto: GREGORIO BORGIA / POOL / AFP
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O papa Francisco encerrou neste sábado (29) sua breve visita ao Cairo, na qual defendeu a caridade contra o extremismo diante de milhares de fiéis e em meio a fortes medidas de segurança, três semanas depois de atentados contra a minoria cristã no Egito.

O pontífice argentino, que chegou na sexta-feira (28) ao Egito para promover a paz e a união entre muçulmanos e cristãos, considerou durante a missa que a verdadeira fé é a que leva "a viver a cultura do encontro, do respeito e da irmandade".

Isto consiste em "ver no outro não um inimigo que deve ser vencido, mas um irmão que deve ser amado", insistiu. Pois "o único extremismo admitido pelos que creem é o da caridade! Qualquer outra forma de extremismo não vem de Deus e ele não gosta!".

Cerca de 15.000 fiéis participaram desta cerimônia religiosa, segundo a Santa Sé, e receberam o Papa com balões brancos e amarelos do Vaticano, lançados no ar.

Após esta missa e um almoço com bispos egípcios, Francisco se reuniu com futuros sacerdotes em um seminário copta católico. Posteriormente, o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, o cumprimentou pela última vez ao pé de seu avião, ao término de uma visita de 27 horas, sua primeira a este país de maioria muçulmana.

A viagem do Papa ocorreu três semanas depois que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) lançou dois ataques contra igrejas coptas ortodoxas que deixaram 45 mortos no total, e teve um caráter simbólico para os cristãos no país.

O Egito conta com uma comunidade católica de 272.000 fiéis, ou seja, 0,3% da população egípcia. Os católicos estão presentes no Egito desde o século V.

 Palavras fortes

Neste sábado, a missa foi realizada em um ambiente acolhedor, apesar do grande dispositivo de segurança, com helicópteros e centenas de policiais e militares do Exército.

O pontífice de 80 anos deu uma volta pelo estádio, sorrindo, em um carro elétrico sem a capota, parando para beijar grupos de crianças vestidas com trajes dourados inspirados no Egito antigo.

Ao som de músicas religiosas, Francisco subiu em um grande palco para fazer sua homilia, em italiano, e que foi traduzida para o árabe.

Desde o início da manhã, os fiéis se locomoveram de ônibus e passaram pelo controle policial para chegar ao estádio.

Freiras com batina, famílias, homens de terno, jovens vestidos de jeans, padres ortodoxos e católicos, além de idosos, se encaminhavam para entrar no local.

"Gosto do papa, ele sorri, se envolve, é bonito. Suas palavras são fortes e me atingem", explicou Wessam Adel, um escoteiro de 21 anos.

A concentração religiosa reuniu diante do Papa todos os ritos católicos do país, especialmente as igrejas copta, armênia, maronita e melquita.

 Ecumenismo

Após sua chegada na sexta-feira ao Cairo, o líder espiritual de cerca de 1,3 bilhão de católicos no mundo abordou vários assuntos de importância no Oriente Médio, como a proliferação de armas ou os "populismos demagógicos" que "não ajudam a consolidar a paz e a estabilidade".

Fervoroso defensor do ecumenismo, Francisco se reuniu na sexta-feira em particular com o papa copta ortodoxo Tawadros II. Os dois líderes religiosos fizeram uma oração na igreja de São Pedro e São Paulo, onde um suicida matou 29 pessoas em 11 de dezembro.

Muitos cristãos no Egito se sentem discriminados, afirmando que suas convicções, que aparecem nos documentos de identidade, impedem que ascendam a postos-chave.

O país conta com a maior comunidade cristã do Oriente Médio. E os extremistas ameaçam aumentar os ataques contra os coptas, que representam cerca de 10% dos 92 milhões de egípcios.

Diante do presidente Sisi na sexta-feira, o pontífice pediu respeito "incondicional" aos Direitos Humanos, citando a "liberdade religiosa e de expressão", em um momento em que o presidente do país é acusado por seus críticos de não tolerar nenhuma voz opositora.

A viagem de Francisco, o segundo papa a visitar o Egito na era moderna, ocorreu 17 anos depois da visita de João Paulo II.

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