Sete hospitais e clínicas do nordeste da Síria ficaram inutilizados em abril pelos ataques aéreos do governo da Rússia, seu aliado, indicaram neste domingo (30) responsáveis médicos em território rebelde.
"Em abril, os hospitais do sul da província de Idlib foram atacados de maneira sistemática e flagrante", denunciou em coletiva Abdel Hamid Dabbak, responsável pelos hospitais nessa província do nordeste do país.
Trata-se de um total de sete estabelecimentos que ficaram fora de serviço, incluindo uma clínica ginecológica.
"Isto pressionará muito os hospitais do norte da província e os da fronteira" com a Turquia, advertiu Dabbak.
Embora já estejam sendo feitas obras de recuperação, "os aviões seguem no céu e os bombardeios continuam", assegurou.
O médico Monzer Khalil, diretor da administração rebelde de saúde na província de Idlib, lamentou uma situação que agrava "o sofrimento da população".
"Sobretudo para os bebês, porque não restam muitas incubadoras", disse à AFP, e explicou que há outros três hospitais que pararam de funcionar na província vizinha de Hama.
A província de Idlib, controlada por combatentes rebeldes e extremistas desde 2015, é com com frequência alvo de bombardeios da aviação síria e russa.
"Os hospitais são atacados deliberadamente, principalmente os do sul da província de Idlib e os do norte da província de Hama", denunciou Rami Abdel Rahman, diretor da ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"O bombardeio destas regiões é uma tática de terra queimada para forçar a população a se deslocar, para destruir as infraestruturas e inutilizar os serviços", acrescentou.
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Um jornalista da AFP na província de Idlib pôde comprovar no local a proporção dos destroços em vários hospitais, com salas em ruínas e equipamento técnico completamente destruído.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Síria é o país mais perigoso do mundo para equipes de saúde.
Centenas de edifícios foram destruídos desde 2011, quando começou o conflito na Síria, que até agora já provocou 320.000 mortos.