venezuela

Em carta ao papa, oposição venezuelana rejeita diálogo sem garantias

Francisco disse no sábado (29) estar disposto à mediação do Vaticano com ''condições muito claras''

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 01/05/2017 às 6:39
Foto: Angelo Carconi/Agência Lusa
Francisco disse no sábado (29) estar disposto à mediação do Vaticano com ''condições muito claras'' - FOTO: Foto: Angelo Carconi/Agência Lusa
Leitura:

A oposição venezuelana formalizou neste domingo 30) sua negativa a retomar um diálogo fracassado com o governo de Nicolás Maduro "se não houver garantias", em carta ao papa Francisco após sua oferta de mediar na crise do país.

Francisco disse no sábado (29) estar disposto à mediação do Vaticano com ''condições muito claras'', embora tenha assegurado que "a oposição está dividida" sobre o assunto. O pontífice insistiu neste domingo, pedindo que se ponha um fim à violência e para encontrar "soluções negociadas".

"O senhor (...) expressou em várias oportunidades que se não há garantias e 'condições muito claras' de parte do regime, não há possibilidade nem de diálogo nem de resolver esta gravíssima crise", indicou a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) em sua carta ao pontífice.

Aliança agradeceu "profundamente" ao papa

A aliança agradeceu "profundamente" ao papa "sua constante preocupação por nosso sofrido país", em um momento de alta tensão com protestos opositores que deixaram 28 mortos e centenas de feridos e detidos desde 1º de abril.

A oposição abandonou em dezembro passado a mesa de diálogo, instalada em outubro com o acompanhamento do Vaticano e da União de Nações Sul-americanas (Unasul), ao acusar o chavismo de descumprir acordos em função da aprovação de um "cronograma eleitoral" e a liberação de "presos políticos".

A MUD negou divisões internas, como sustentou Francisco. "Os venezuelanos estamos hoje mais unidos do que nunca em torno da demanda de uma mudança política no país. E os fatores que conformam a Mesa da Unidade Democrática também estão", destacou, ao insistir em sua exigência de eleições gerais em 2017.

A oposição pede a antecipação das eleições presidenciais de dezembro de 2018, o que Maduro rejeita taxativamente.

Mais cedo, o presidente saudou a oferta papal. "Se digo diálogo, fogem apavorados, não querem diálogo. Ontem arremeteram contra o papa Francisco. Eu respeito as expressões do papa Francisco", declarou em seu programa dominical na emissora estatal VTV.

No sábado, depois da proposta de Francisco, dirigentes opositores como o ex-candidato presidencial Henrique Capriles tinham descartado retomar o diálogo.

Últimas notícias