Eleição na França

Le Pen aplaude 'resultado histórico' para a Frente Nacional

Le Pen desejou ainda ''sucesso'' para o futuro presidente Emmanuel Macron, vencedor do segundo turno na França

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Publicado em 07/05/2017 às 15:53
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Le Pen desejou ainda ''sucesso'' para o futuro presidente Emmanuel Macron, vencedor do segundo turno na França - FOTO: BERTRAND GUAY / AFP
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A ultradireitista Marine Le Pen, derrotada pelo centrista Emmanuel Macron, no segundo turno das eleições presidenciais francesas, aplaudiu neste domingo o resultado "histórico e maciço" de seu partido, a Frente Nacional (FN).

"Estarei à frente do combate" das eleições legislativas de junho, advertiu, enquanto desejou "sucesso" para o futuro presidente diante dos "enormes desafios da França".

Foi a segunda vez que a Frente Nacional disputou o segundo turno das eleições francesas. Em 2002, Jean-Marie Le Pen, pai de Marine, foi derrotado pelo então presidente Jacques Chirac, que consquistou a reeleição para o cargo. Na ocasião, Jean-Marie Le Pen obteve 17,79% dos votos, sendo um pos piores resultados já obtidos em segundo turno no país.

Campanha de Le Pen foi centrada no "patriotismo"

Com um programa centrado no "patriotismo" e na "preferência nacional", Marine Le Pen esperava agora desmentir as pesquisas que previam sua derrota no segundo turno. Prometia, entre outras coisas, a suspensão dos acordos de livre circulação no interior da UE, a expulsão dos estrangeiros vigiados por radicalização e a supressão do 'ius soli' (nacionalidade por direito de solo de nascimento).

"No fundo, se eu tivesse que me definir, acho que eu diria apenas que sou intensa, orgulhosa, fiel, evidentemente francesa. Tomo os insultos à França como se fossem contra mim diretamente", explica em seu vídeo de campanha.

Desde que assumiu a liderança da FN em 2011, sucedendo seu pai, de quem se distanciou nos últimos tempos, Le Pen afastou em grande medida o partido do antissemitismo que o caracterizou durante décadas.

Afastou-se, ao menos parcialmente, dos militantes antissemitas, dos nostálgicos da Argélia colonial ou até do regime colaboracionista de Vichy e dos católicos integristas. Todos esses setores que figuraram durante mais de três décadas na direção do partido.

A estratégia deu frutos e, desde então, o partido melhorou seus resultados em todos os comícios.

Mas as recentes declarações em que rejeitou a responsabilidade da França em uma incursão contra judeus em Paris, durante a Segunda Guerra Mundial, lhe renderam numerosas críticas de seus rivais, assim como de associações judaicas e Israel.

Seus bons resultados nas pesquisas, no entanto, se mantiveram intactos, apesar da investigação aberta contra ela por um caso de supostos empregos fictícios no Parlamento Europeu, onde ocupa uma cadeira de eurodeputada, e sobre supostas irregularidades no financiamento de campanhas eleitorais passadas. Mas ainda não foram suficientes para superar a grande margem de rejeição que ainda persistia em boa parte dos franceses.

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