INDONÉSIA

Governador cristão de Jacarta condenado à prisão por blasfêmia

Basuki Tjahaja Purnama será detido por "blasfemar" no país muçulmano mais populoso do mundo

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Publicado em 09/05/2017 às 2:45
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Basuki Tjahaja Purnama será detido por "blasfemar" no país muçulmano mais populoso do mundo - FOTO: Foto: AFP
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O governador em final de mandato de Jacarta, o cristão Basuki Tjahaja Purnama, foi condenado nesta terça-feira a dois anos de prisão pelo "crime de blasfêmia", ao final de uma longa saga judicial que colocou em dúvida a tolerância religiosa no mais populoso país muçulmano do planeta: a Indonésia.

O juiz que presidiu o processo, Dwiarso Budi Santiarto, informou ao tribunal que Basuki Tjahaja Purnama é "culpado de blasfêmia" e o sentenciou a "dois anos de prisão", com detenção imediata. 

Purnama, mais conhecido como Ahok, informou que apelará. 

Diante do tribunal, um grupo de partidários de uma interpretação mais rigorosa do Islã comemorou a condenação aos gritos de "Alá é grande". 

Ahok, o primeiro governador não muçulmano de Jacarta em meio século e o primeiro procedente da minoria chinesa, foi levado aos tribunais no ano passado, acusado de insultar o Islã durante a campanha de reeleição. 

Polêmico

Conhecido por sua sinceridade, Ahok qualificou em setembro de equivocada a interpretação de alguns ulemás de um versículo do Alcorão que afirma que um muçulmano só pode eleger um dirigente de sua religião. 

As declarações de Ahok provocaram uma onda de protestos em um país onde 90% da população é islâmica. 

O processo também minou sua popularidade, forjada graças à luta contra a corrupção e às reformas que realizou na caótica cidade de Jacarta. 

Em abril, perdeu as eleições para o muçulmano Anies Baswedan, ex-ministro da Educação. 

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