RELIGIÃO

Maré de peregrinos exultantes recebe o papa no santuário de Fátima

O pontífice argentino chegou ao local de devoção popular a bordo de um helicóptero militar português

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Publicado em 12/05/2017 às 18:20
Foto: Tiziana FABI / AFP
O pontífice argentino chegou ao local de devoção popular a bordo de um helicóptero militar português - FOTO: Foto: Tiziana FABI / AFP
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Aclamado por milhares de peregrinos eufóricos, o papa Francisco rezou pela paz mundial nesta sexta-feira (12), no santuário português de Fátima, onde comemora o centenário das aparições da Virgem Maria aos três pastores.

O pontífice argentino chegou ao local de devoção popular a bordo de um helicóptero militar português, que sobrevoou algumas vezes o santuário mariano, no centro de Portugal, alegrando a maré de fiéis de todas as partes do mundo.

Aterrissou no estádio municipal de Fátima, para depois percorrer, de papamóvel, os cinco quilômetros até a Basílica de Nossa Senhora de Fátima. Em sua passagem, foi saudado por milhares de pessoas que lhe jogavam flores.

Aos pés da imponente basílica, o papa rezou em silêncio durante dez minutos em frente à imagem da Virgem na Capela das Aparições, construída no local onde, segundo a crença católica, a mãe de Jesus apareceu pela primeira vez, em 13 de maio de 1917, aos três jovens pastores deste humilde povoado.

Depois, dirigiu-se à multidão em uma oração que pediu "ao mundo a concórdia entre todos os povos".

"Percorreremos, assim, todas as rotas, seremos peregrinos de todos os caminhos, derrubaremos todos os muros e superaremos todas as fronteiras, indo a todas as periferias, para revelar ali a justiça e a paz de Deus", declarou, enquanto os peregrinos escutavam emocionados, alguns com lágrimas nos olhos.

Grande acontecimento católico

Momentos antes, e durante todo o dia, estes mesmos peregrinos, emocionados, enchiam a enorme esplanada em frente à basílica, entoando canções religiosas e balançando bandeiras de seus diferentes países.

"Este é um grande acontecimento mundial para a religião católica. Já o vimos no Paraguai, quando ele foi. Mas é diferente aqui, o ambiente é muito religioso", disse Carolina Palacios, uma funcionária paraguaia de 48 anos que peregrinou junto com 60 pessoas de seu país.

"É uma excelente ocasião para se encontrar com o papa, pelo menos vê-lo passar no papamóvel", assinalou Lintoy Quankep, uma idosa nascida em Trinidad e Tobago.

Os venezuelanos aproveitaram para pedir à Virgem de Fátima paz em seu país, onde seis semanas de protestos contra o governo já deixaram 38 mortos.

"Não podem matar nossos jovens, e eu venho pedir um milagre à Virgem" pelo fim da violência, disse à AFP Egda Romero, uma idosa que veio de Maracaibo, enquanto outros venezuelanos pediam ao papa que fizesse a mediação do conflito, algo que o próprio pontífice já ofereceu.

Pastores santos

O papa argentino, que professa uma intensa devoção à Virgem Maria e aprecia a vitalidade da piedade popular que pôde ver de perto entre os mais humildes na América Latina, ficará menos de 24 horas em Fátima. A expectativa é que seja assistido por pelo menos um milhão de pessoas.

O ponto alto de sua visita será neste sábado, 13 de maio, coincidindo com o centenário das primeiras aparições marianas aos três pastores: Francisco e sua irmã Jacinta, mortos muito jovens pela gripe espanhola, serão declarados santos pelo pontífice em uma missa de canonização.

Nossa Senhora de Fátima teria aparecido em seis ocasiões, entre maio e outubro de 1917, aos dois irmãos e a sua prima Lúcia, a quem revelou três "segredos" que a Igreja Católica considerou como proféticos da história do século XX.

Dois "milagres" são atribuídos a Francisco e Jacinta, o último deles em 2013: a rápida cura sem explicação aparente de um jovem brasileiro que, aos cinco anos, sofreu uma grave queda que provocou um traumatismo craniano. Depois que seu pais invocaram os pastores, segundo contaram em Fátima, Lucas se curou rapidamente.

Para garantir a segurança do papa e a grande concentração de peregrinos, as autoridades portuguesas disponibilizaram um enorme contingente de segurança no santuário, mobilizando seis mil agentes.

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