O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, pediu nesta terça-feira (16) que a China dobre os esforços para conter a ameaça da Coreia do Norte. O premiê lembrou que as capacidades tecnológicas do isolado regime asiático estão próximas de permitir um ataque contra os Estados Unidos, e que o lançamento mais recente parece ter incluído um teste sobre a capacidade do projétil carregar uma ogiva nuclear. O regime de Pyongyang considerou um sucesso o último lançamento.
"As políticas norte-coreanas podem ser mudadas caso a China faça sua parte", afirmou Abe, acrescentando que a China já prometeu suspender a importação de carvão do país, sua principal fonte de receita de exportação. Em entrevista ao Wall Street Journal, Abe afirmou que quer construir uma "sociedade inclusiva ao estilo japonês", com mais trabalhadores estrangeiros e turismo. A ameaça norte-coreana, no entanto, prejudica os laços de seu país com o restante do mundo.
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O premiê japonês, assim como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionam a China para fazer mais contra as ambições norte-coreanas. Mais de 80% do comércio externo do país é feito com a China. Apesar dos esforços, diplomatas e analistas afirmam que é pouco provável que Pequim ameace a estabilidade de seu vizinho.
"Ficaremos profundamente desapontados se quisermos acreditar que a China vai endireitar Pyongyang", afirma Kurt Campbell, que foi vice-secretário de Estado no governo Obama.
O premiê japonês afirmou também que chegou a um acordo geral sobre a questão com o novo presidente da Coreia do Norte. No entanto, Abe também salientou que não pretende voltar atrás em um acordo firmado entre os dois governos sobre a questão das escravas sexuais sul-coreanas durante a Segunda Guerra, ponto que foi retomado por Moon Jae-in em sua campanha.
Em dezembro de 2015, ambos os países chegaram a um acordo para prover apoio financeiro às vítimas restantes dos crimes japoneses no período. Abe também pediu desculpas às mulheres utilizadas como prostitutas pelos militares japoneses durante o período de ocupação militar. Moon tem pedido por uma revisão do acordo, criticando-o por não refletir as demandas das vítimas.