O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aprovou um novo decreto de "estado de exceção e emergência econômica" que restringe as garantias constitucionais em todo o território nacional como uma medida para "preservar a ordem interna", segundo norma publicada nesta terça-feira (16) na Gazeta Oficial. As informações são da agência EFE.
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O decreto dá ao Executivo o direito de adotar "as medidas urgentes, contundentes, excepcionais e necessárias para assegurar à população o desfrute pleno de seus direitos, preservar a ordem interna e o acesso oportuno a bens, serviços, alimentos, remédios e outros produtos e serviços".
A norma ressalta ainda que "poderão ser restringidas as garantias" para o exercício dos direitos constitucionais, salvo as exceções que constam na Constituição que são "o direito à vida, restrição de comunicação, tortura, o direito ao devido processo, o direito à informação e os demais direitos humanos intangíveis".
Planos de segurança
O governo venezuelano poderá "desenvolver e executar planos de segurança pública que façam frente às ações desestabilizadoras que atentem contra a paz da nação, a segurança pessoal, e o resguardo das instalações e bens públicos e privados".
O presidente venezuelano decidiu também suspender, temporária e excepcionalmente, a "execução de sanções de caráter político" contra autoridades do poder público e altos funcionários quando estes impedirem a implementação de medidas econômicas.
O decreto permite ao governo dispor de recursos sem controle do Parlamento, bem como de bens e mercadorias de empresas privadas para garantir o abastecimento, além de restringir o sistema monetário e o acesso à moeda local e estrangeira.
No entanto, tais restrições de ordem econômica já estavam em vigor há mais de um ano com um decreto anterior de "exceção e emergência econômica".
Assédio
No novo texto legal, o Executivo venezuelano apresenta como uma das razões para a implementação dessas medidas o fato de "setores nacionais e internacionais adversos a qualquer política pública de proteção do povo venezuelano (...) manterem o assédio contra a recuperação da economia venezuelana".
Os decretos de estado de exceção, segundo a Constituição, requerem a aprovação da maioria do Parlamento, controlado pela oposição e que atualmente está em "desacato", conforme decisão do Tribunal Supremo de Justiça.
Por isso, o decreto será enviado diretamente à Suprema Corte do país [alinhada com Maduro]. para decidir sua constitucionalidade, como aconteceu com todos os decretos anteriores que mantiveram algumas garantias restringidas desde janeiro de 2016.