A Microsoft demorou para distribuir gratuitamente uma atualização de segurança que teria permitido alguns computadores de se proteger contra o ciberataque mundial WannaCry, afirmou o Financial Times (FT) nesta quinta-feira (18).
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Este "ransomware" infecta os computadores - e depois criptografa documentos - graças a uma vulnerabilidade do Windows que a Microsoft havia identificado e para a qual distribuiu uma atualização em meados de março para proteger os PCs.
Mas a Microsoft enviou esta atualização gratuita apenas aos usuários da versão mais recente do sistema operacional (Windows 10) como o grupo indicou em 12 de maio, dia do ataque WannaCry.
Enquanto que, de acordo com o FT, "os usuários de sistemas mais antigos, como Windows XP, teriam que pagar caro para desfrutar das atualizações de segurança", um meio utilizado pela multinacional para empurrar seus clientes a mudar para novos sistemas operacionais, acrescenta o jornal britânico.
Questionado pela AFP, um porta-voz da Microsoft nos Estados Unidos argumentou que "por várias razões (...), as empresas às vezes optam por não fazer o upgrade para a versão mais recente, mesmo depois de 10 ou 15 anos" e que "o grupo oferece contratos de suporte" básicos como medida paliativa temporária.
"Claramente, a Microsoft prefere que as empresas migrem para os sistemas mais recentes e percebam os benefícios destas versões em vez de escolher a assistência básica", afirmou, sem comentar os preços citados pelo Financial Times.
O FT diz que o preço para a atualização de versões mais antigas do Windows "subiu de 200 dólares por computador em 2014, quando a Microsoft parou o suporte técnico do XP, para 400 dólares no ano seguinte".
Foi por causa destes custos exorbitantes que o serviço de saúde do Reino Unido, o NHS, uma das primeiras vítimas do WannaCry, não fez as atualizações de segurança, segundo o jornal de negócios.
Finalmente, quando WannaCry foi detectado na sexta-feira, a Microsoft anunciou a reativação gratuita de uma atualização para as versões mais antigas, mas "muito tarde" para "limitar a propagação do WannaCry", de acordo com o veículo.
A Microsoft não especificou à AFP quando tornou a ferramenta gratuita.
As maneiras de se aproveitar das vulnerabilidades do Windows foram divulgadas em abril na internet por um grupo de "hackers" que afirma ter roubado tais informações da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, NSA.