A primeira proposta orçamentária do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, apresentada nesta terça-feira (23), inclui cortes drásticos de US$ 3,6 trilhões em 10 anos a programas de assistência social e cobertura médica para cidadãos com menos recursos, com os quais se prevê eliminar o déficit. As informações são da Agência EFE.
A proposta é mais uma declaração de prioridades políticas do que um documento econômico propriamente dito, já que ainda precisa passar pelo Congresso, que recebeu o texto nesta terça. Entre os principais programas afetados pelo plano de Trump está o Medicaid, que oferece cobertura médica aos cidadãos mais humildes e deve ter redução de US$ 610 bilhões.
Além disso, a proposta reduziria em quase US$ 200 bilhões o financiamento do programa de alimentos para famílias de baixa renda, conhecido como Snap, que beneficiou 44 milhões de pessoas em 2016 e daria mais competência aos estados para que definam exigências como um mínimo de horas trabalhadas ou a busca por emprego pelos beneficiários.
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Menos assistência, mais defesa
O plano para o ano fiscal de 2018, intitulado Novos alicerces para a grandeza dos Estados Unidos, que promete eliminar o déficit orçamentário que se prevê no fechamento 2017 em 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo de uma década, prevê ainda aumentos de despesa na verba da Defesa e da Segurança de Fronteira.
"Já não vamos medir a compaixão pelo número de programas de assistência social e o volume gasto nisso. Precisamos de todo mundo indo na mesma direção", afirmou o diretor do Escritório de Gestão de Orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, em conferência de apresentação do documento.
Mulvaney insistiu que, com a agenda de corte de impostos, desregulação e redução do peso do governo federal, será possível conseguir um crescimento médio sustentável para os EUA ao longo da próxima década de 3% ao ano, algo não visto desde 2005. "A feia verdade é esta: jamais será possível equilibrar o orçamento com o crescimento atual de 1,9%. Isso não vai acontecer", disse.
Trump criticou o aumento dos programas sociais promovidos por seu antecessor, Barack Obama, durante a crise financeira de 2008 e 2009, já que, em sua opinião, não incentiva a volta de muitos beneficiados ao mercado de trabalho e contribui para o desequilíbrio das contas públicas.