O ex-primeiro-ministro grego Lucas Papademos ficou ferido nesta quinta-feira (25), quando um artefato explodiu dentro de seu carro, em Atenas.
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Até o momento, ninguém reivindicou o ataque.
O político de 69 anos, ex-governador do Banco da Grécia, estava em um carro blindado, de acordo com ERT.
"Condeno sem reservas o ataque contra Lucas Papademos e lhe desejo uma pronta recuperação, assim como às pessoas que o acompanhavam", declarou o premiê grego, Alexis Tsipras, em Bruxelas, onde se encontra para participar da cúpula da Otan.
Pouco antes, o porta-voz do governo, Dmistris Tzanakopoulos, havia informado que "o senhor Papademos e seus [dois] seguranças estão em situação estável e conversam [com os médicos]" e assegurou que "a Polícia fará tudo o necessário para esclarecer este caso".
A explosão ocorreu enquanto o carro circulava por uma movimentada rua do centro de Atenas, informou um repórter da AFP.
Segundo a emissora ERT, o ex-governador do Banco da Grécia estava lendo sua correspondência em seu carro blindado, disponibilizado pela entidade, um Mercedes preto, quando uma carta-bomba explodiu.
A blindagem do veículo pode ter agravado os ferimentos de Papademos, ao conter a onda expansiva da explosão, acrescentou o canal de televisão, segundo o qual o ex-premiê não corre risco de vida.
"Ato atroz"
"Estamos chocados. Quero condenar este ato atroz", disse o ministro de Comunicação grego, Nikkos Pappas, à ERT.
Papademos foi primeiro-ministro entre novembro de 2011 e maio de 2012, após a renúncia do Executivo socialista de Yorgos Papandreu. Ele liderou o governo de coalizão interino que negociou em 2012, no auge da crise fiscal grega, um alívio da dívida da Grécia em mãos privadas.
Papandreu considerou nesta quinta-feira o ataque, cometido "contra um homem a quem tínhamos convidado para ajudara a Grécia em um tempo de grandes dificuldades", como "um golpe à dignidade de cada cidadão grego".
O atual governador do Banco da Grécia, Yannis Storunaras, assegurou, por sua vez, que o ataque "não nos fará nos dobrar".
Em março, o grupo anarquista grego Conspiração das Células de Fogo enviou uma carta-bomba que feriu uma secretária no escritório do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Paris.
Pouco antes, a organização havia reivindicado o envio de um explosivo que a polícia interceptou no escritório do ministro das Finanças alemão Wolfgang Schaüble.
O grupo, que Washington considera como uma organização terrorista, enviou cartas-bomba a embaixadas estrangeiras na Grécia e para líderes europeus em 2010.
A Conspiração das Células de Fogo pertence a um movimento anarquista ativo na Grécia e denuncia o capitalismo, o consumismo e o que considera a repressão policial e a exploração dos trabalhadores.