Mais de 55 mil casos de suspeita de cólera foram registrados no Iêmen nas últimas quatro semanas, o que representa um aumento sem precedentes de possíveis afetados pela doença no país, informou nesta terça-feira (30) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (em inglês United Nations Children's Fund - Unicef). A informação é da agência EFE.
Em comunicado, o diretor regional do órgão, Geert Cappelaere, afirmou que o tempo para conter o surto no país está acabando e que a maior parte das suspeitas envolve crianças. "Cada vez mais crianças morrem diariamente no país devido a causas que podem ser prevenidas, como a desnutrição e a cólera", alertou.
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No dia 16 de maio passado o Unicef já tinha advertido que as crianças representam um terço das vítimas de cólera no país. Na nota, Cappelaere afirma que o Iêmen não pode continuar nessa situação e destaca a necessidade de interromper o conflito civil que atinge o país para poder tratar os infectados com a doença.
De acordo com o último balanço divulgado pelo governo rebelde do Iêmen, 478 pessoas morreram devido à epidemia de cólera no país. Para conter a expansão da doença, a ONU pediu US$ 55,4 milhões para custear o tratamento nos próximos seis meses. Segundo a organização, cerca de 100 mil pessoas podem contrair a cólera no Iêmen caso o surto da doença não seja contido.
O sistema de saúde do Iêmen está profundamente debilitado, após dois anos de conflito armado entre as forças leais ao presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansur Hadi, e os rebeldes houthis.