Atualizada às 01h57
Os bombeiros encontraram os corpos de 36 pessoas intoxicadas no hotel-cassino atacado por um atirador em Manila na madrugada desta sexta-feira, que ateou fogo ao local, informou a polícia.
"Há 36 mortos por intoxicação", declarou o chefe da polícia da capital das Filipinas, Oscar Albayalde, sobre o ataque seguido de incêndio ao hotel-cassino World Manila, diante do Aeroporto Internacional.
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Segundo Albayalde, o agressor "parecia caucasiano, falava inglês, era alto e branco, provavelmente um estrangeiro".
O porta-voz da presidência filipina, Ernesto Abella, garantiu que o ataque ao hotel-cassino não foi uma ação terrorista.
"Esta situação particular em Manila não está relacionada, de qualquer maneira, a um ataque terrorista", afirmou Abella à imprensa.
A ação foi reivindicada pelo grupo jihadista Estado Islâmico.
A princípio, as autoridades informaram sobre o ataque de um homem armado que não teria deixado vítimas, exceto pelo atirador, que se matou em um quarto do hotel.
"Se encostou na cama, se cobriu com uma manta muito grossa, aparentemente molhada com gasolina e ateou fogo a si mesmo", disse o comandante nacional da Polícia, Ronald dela Rosa.
Segundo Dela Rosa, o homem, que aparentemente agiu sozinho, caminhou para uma das áreas do cassino e disparou com um rifle M4 contra uma tela de televisão, jogou gasolina na mesa de apostas e ateou fogo.
O agressor voltou a atirar, desta vez contra um local onde as fichas de jogo eram guardadas, e encheu uma mochila com várias delas. O homem então deixou esse espaço e seguiu para um quarto do hotel, onde provocou o incêndio.
Imagens exibidas nas emissoras locais mostraram pessoas correndo no Reasorts World. O complexo foi cercado pela Polícia, depois das informações sobre os tiros pouco após a meia-noite.
"Ia voltar para o segundo andar, quando vi gente correndo. Alguns hóspedes do hotel disseram que alguém havia gritado 'Isis' (Estado Islâmico)", contou à rádio DZMM Maricel Navarro, que trabalha no complexo.
"Os hóspedes gritavam. Fomos para o porão e nos escondemos. As pessoas gritavam, os clientes e os funcionários estavam aterrorizados", acrescentou Navarro.
"Quando sentimos cheiro de fumaça, decidimos ir para a saída, no estacionamento. De lá conseguimos sair, mas, antes de sair, ouvimos dois disparos, e tinha muita fumaça no térreo", completou.
O presidente americano, Donald Trump, manifestou sua "tristeza" e suas condolências pelas vítimas do que classificou como ataque "terrorista".
"É realmente muito triste o que está acontecendo em todo o mundo com o terrorismo. Nossos pensamentos e orações estão com os afetados", lamentou Trump, na Casa Branca, antes de anunciar a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.
Lei Marcial
Na semana passada, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, impôs lei marcial em toda Mindanao (sul) para acabar com o que ele chamou de ameaça crescente do Estado Islâmico na região.
A declaração da lei marcial ocorreu logo após militantes realizarem atos de violência na cidade de Marawi (sul), que fica a 800 km de Manila. Forças de segurança ainda estão combatendo os militantes em Marawi. Esses confrontos já deixaram pelo menos 171 mortos.
Vivem nessa região cerca de 20% dos mais de 100 milhões de habitantes do arquipélago.
Por ocasião desse anúncio, Duterte alertou que pode vir a estender a lei marcial para o restante do país, se a ameaça terrorista se espalhar.