O presidente Vladimir Putin pediu, nesta sexta-feira (2), o fim das acusações de ingerência russa nas eleições americanas de 2016, que não apresentam - segundo ele - "nada de concreto", mas que impedem qualquer aproximação com Washington, no momento em que Moscou tenta atrair investidores estrangeiros.
"Esse falatório inútil e nocivo deve cessar", exigiu o presidente russo durante sua intervenção no Foro Econômico de São Petersburgo.
"É uma transferência das disputas da política interna americana para o cenário internacional (...). É nocivo. Afeta as relações internacionais, a economia mundial, os assuntos de segurança e a luta contra o terrorismo", acrescentou.
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Segundo o presidente russo, nesse caso "não há nada concreto". "São apenas suposições e conclusões baseadas nessas suposições".
As agências americanas acusam Moscou de ter tentado favorecer Donald Trump nas eleições americanas do ano passado, ao ordenar a ciberpirataria contra o Partido Democrata.
Depois de dois anos de recessão provocada pela queda dos preços das commodities do setor energético e pelas sanções do Ocidente, no âmbito da crise ucraniana, Putin afirmou que a economia de seu país entrou em "uma nova fase de expansão" e está disposta a se reformar para atrair as empresas estrangeiras.
A Rússia está "aberta para o trabalho em comum", garantiu Putin, pedindo "apoio" à recuperação da atividade econômica e dos investimentos estrangeiros.
Muitos CEOs de empresas ocidentais viajaram para São Petersburgo, incluindo vários americanos, os quais Washington havia dissuadido de ir nos últimos anos.
Embora as relações diplomáticas continuem em níveis mínimos entre Washington e Moscou, os negócios parecem melhorar entre ambos os países.
O embaixador dos Estados Unidos em Moscou, John Tefft, liderou uma delegação em São Petersburgo, pela primeira vez desde a anexação da Crimeia por parte da Rússia em 2014, e Putin participou de uma mesa-redonda entre empresários americanos e russos.
Diálogo
Putin se mostrou disposto a dialogar com o governo Trump para permitir uma melhora das relações que, segundo ele, "é do interesse de ambos os lados".