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Saída dos EUA do Acordo de Paris provoca revés nos esforços globais do setor

Os esforços globais contra a mudança climática sofreram um grande revés quando Trump anunciou a retirada do país do Acordo de Paris

Agência Brasil
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Publicado em 02/06/2017 às 16:17
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Os esforços globais contra a mudança climática sofreram um grande revés quando Trump anunciou a retirada do país do Acordo de Paris - FOTO: FOTO: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP
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Os esforços globais contra a mudança climática sofreram um grande revés ontem (1), quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada do país do Acordo de Paris, um tratado mundial destinado a controlar o aquecimento global. A decisão foi denunciada por ambientalistas como "um erro imprudente e insensato" e provocou protestos de especialistas em todo o mundo. A informação é da agência Xinhua.

Na verdade, o anúncio de Trump não deveria ser uma surpresa para o mundo, uma vez que ele, que já chamou a mudança climática de "um engano", prometeu sair do acordo global durante a campanha presidencial, como parte de um esforço para reforçar as indústrias de petróleo e carvão dos EUA.

"A partir de hoje, os Estados Unidos cessarão toda a implementação do Acordo de Paris não vinculativo e os encargos financeiros e econômicos draconianos que o acordo impõe ao nosso país", disse o mandatário ontem, durante o anúncio na Casa Branca.

Isolamento

O especialista Roger-Mark De Souza, diretor de População, Segurança Ambiental e Resiliência do Wilson Center, um grupo de pesquisa baseado em Washington, disse a saída dos Estados Unidos di acordo climático significa que "o país se isolará da colaboração internacional e cooperação em várias frentes".

"Isso afetará a segurança dos EUA, a provisão de empregos, as operações comerciais e os esforços diplomáticos do país", disse De Souza à Xinhua, observando que também será mais difícil para os estados e cidades dos Estados Unidos, que ele descreveu como "centros de inovação, resiliência e prosperidade", lutar contra as mudanças climáticas sem o apoio geral do governo federal.

O pesquisador também previu que a decisão de Trump poderá "levar a relações mais frias com parceiros bem estabelecidos dos Estados Unidos”. Na cúpula do G7 (grupo das sete nações mais ricas) realizada na semana passada, por exemplo, Trump foi o único líder que recusou o acordo internacional histórico alcançado em Paris em 2015, que busca limitar o aquecimento global a menos de dois graus Celsius.

"Falta de confiabilidade"

Na opinião de Kelly Sims Gallagher, professora de Política Energética e Ambiental na Universidade Tufts, a imagem que a administração Trump retrata é "falta de confiabilidade".

"Se os novos presidentes não honram os compromissos dos presidentes anteriores, quando a maioria dos americanos apoia esses compromissos, então se torna mais difícil para outros países confiar neles em novas negociações", lamentou Kelly Gallagher, ex-conselheira de Clima e Energia do presidente Barack Obama.

"Ele (Trump) será lembrado na história como tendo negligenciado sua responsabilidade para as gerações futuras. E também pagará o preço nas próximas eleições, porque as pesquisas mostram consistentemente que mais de dois terços dos americanos querem que o país participe do Acordo de Paris", disse a professora.

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