O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou nesta sexta-feira (2) que não há possibilidade de volta atrás no acordo de luta contra as mudanças climáticas, após a retirada dos Estados Unidos anunciada na véspera.
Leia Também
- Ex-presidente da COP21 denuncia ''mentiras'' de Trump sobre o clima
- Macron: Trump cometeu 'um erro para o futuro do nosso planeta'
- Pittsburgh vira símbolo da resistência anti-Trump pelo clima
- Acordo de Paris: decisão de Trump gera onda de críticas no mundo
- Obama critica decisão de Trump de retirar EUA do Acordo de Paris
- Donald Trump decide retirar os EUA do Acordo de Paris
"Não há volta atrás na transição energética. Não há volta atrás no Acordo de Paris", afirmou Juncker antes da abertura de uma reunião de cúpula entre a União Europeia (UE) e a China em Bruxelas, na presença do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
O presidente americano Donald Trump anunciou na quinta-feira que "os Estados Unidos cessarão toda a implementação do Acordo de Paris não vinculativo e os encargos financeiros e econômicos draconianos que o acordo impõe", mas deixou a porta aberta para renegociar um novo pacto.
O anúncio, que provocou decepção em todo o mundo, foi feito na véspera de uma reunião sobre comércio e clima entre UE e China em Bruxelas, onde as autoridades aproveitarão para reafirmar o apoio ao Acordo de Paris.
China e União Europeia
Para Juncker, a "liderança conjunta" da China e da UE proporciona "a negócios, investidores e cientistas" em todo o mundo "a certeza que precisam para construir uma economia global com menos carbono".
A seu lado, Li destacou a necessidade de "manter as regras, especialmente as multilaterais".
"Neste mundo, estaremos em uma selva sem regras. A China sempre respeita as regras multilaterais, incluindo as regras da Organização Mundial do Comércio", disse.
China e Estados Unidos representam em conjunto quase 40% das emissões de gases que provocam o efeito estufa. O compromisso dos dois países foi crucial para a assinatura do Acordo de Paris, em dezembro de 2015.