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França: partidos tradicionais temem 'tsunami' Macron nas legislativas

Os partidos de esquerda e de direita na França, que se alternam no poder há 60 anos, podem sofrer uma nova derrota no próximo domingo (11)

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Publicado em 08/06/2017 às 10:51
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Os partidos de esquerda e de direita na França, que se alternam no poder há 60 anos, podem sofrer uma nova derrota no próximo domingo (11) - FOTO: Foto: AFP
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Os partidos de esquerda e de direita na França, que se alternam no poder há 60 anos, poderiam sofrer uma nova derrota no próximo domingo (11) no primeiro turno das eleições legislativas, para o qual os candidatos do presidente Emmanuel Macron são favoritos.

Há algumas semanas, parecia improvável que Macron, um centrista de 39 anos com pouca experiência política, pudesse conquistar uma maioria nas eleições legislativas de 11 e 18 de junho.

No entanto, todas as últimas pesquisas apontam o seu movimento, A República em Marcha (LREM), fundado há apenas um ano, no caminho para obter a maioria absoluta nesta votação em que os franceses elegerão os seus 577 deputados.

Sua vitória confirmaria a grave crise atravessada pelos partidos tradicionais franceses, com o surgimento de uma nova geração de deputados que renovaria profundamente a Assembleia Nacional.

O primeiro turno das legislativas dos franceses no exterior, no último final de semana, foi uma prévia da vitória anunciada do movimento presidencial. O LREM liderou 10 dos 11 círculos eleitorais, incluindo o da América do Sul e do Caribe.

As últimas pesquisas sugerem que o LREM, aliado ao centrista MoDem, poderia obter entre 385 e 415 assentos, com os quais superaria amplamente a maioria absoluta de 289.

Estas eleições são cruciais para o jovem presidente, eleito em 7 de maio em parte por uma rejeição em massa ao partido de extrema direita Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen.

Para governar e implementar sua ambiciosa agenda de reformas, o presidente pró-europeu precisa de uma clara maioria no Parlamento.

Contra um 'poder absoluto'

Confrontado a estas projeções, os partidos de esquerda e de direita alertam sobre os perigos de ter um Parlamento sem oposição.

"Ter um jovem presidente trouxe um sopro de ar fresco para o país, o que é muito útil, mas isso não significa que ele deva governar sozinho", afirmou o ex-primeiro-ministro conservador Jean-Pierre Raffarin.

Na mesma linha, o líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, que obteve 19,6% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais de 23 de abril, pediu aos franceses que não deem a Macron um "poder absoluto".

A República em Marcha apresentou um total de 530 candidatos para as eleições parlamentares. Entre eles, apenas 28 são deputados em final de mandato e uma grande maioria são pessoas novas na política com diferentes perfis, como a ex-toureira Marie Sara, o matemático Cédric Villani ou a piloto de caça Marion Buchet.

A idade média é de 48,5 anos e mais de 42% são mulheres.

O déficit de notoriedade ou a falta de experiência dos seus candidatos parece não afetar o movimento, impulsionado pela imagem positiva do presidente que começou seu mandato com o pé direito nos níveis nacional e internacional.

"O rótulo conta bastante em uma eleição legislativa, o fato de ser totalmente desconhecido dos eleitores não é um fato excludente", estima Emmanuel Rivière, diretor da empresa de pesquisa Sofres, para quem os candidatos rotulados com "A República em Marcha" partem com uma vantagem.

Mas para Pascal Perrineau, pesquisador do Centro de Pesquisa de Ciência Política Cevipof, "neste enorme grupo parlamentar poderia surgir grandes dificuldades internas".

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