Os Estados Unidos se juntaram nesta sexta-feira (9) aos outros 192 Estados-membros da ONU no lançamento de um "Chamado à ação" para salvar os oceanos, mas se desvincularam dos esforços conjuntos para combater as mudanças climáticas.
A declaração encerrou a primeira conferência da ONU sobres os oceanos, que começou na segunda-feira (5), após a saída, na semana anterior, dos Estados Unidos do acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.
"Os Estados Unidos continuam empenhados em trabalhar com todas as partes interessadas, dentro e fora do sistema das Nações Unidas, para proteger os oceanos e promover o desenvolvimento através do seu uso sustentável", disse David Balton, vice-secretário assistente para os oceanos e pescas dos Estados Unidos.
Ele ofereceu "esclarecimentos" sobre a posição dos Estados Unidos, lembrando que o presidente Donald Trump anunciou a retirada do país do acordo de Paris em 1 de junho.
O "Chamado à ação" alertou sobre o impacto das mudanças climáticas nos oceanos e reconheceu a "importância particular" do acordo de Paris de 2015 para combater o aquecimento global.
Ao assinar o texto, os governos se comprometem voluntariamente a reduzir o uso de plásticos, a tomar medidas para reduzir a acidificação e a enfrentar os impactos das mudanças climáticas nos oceanos.
Os estados insulares do Pacífico, que correm o risco de ficarem submersos com o aumento do nível dos mares causado pelo aquecimento global, lideraram a cobrança na conferência de ações fortes para mobilizar os governos.
"Sim, o oceano está se levantando", disse o presidente de Palau, Tommy Remengesau, na sessão de encerramento. "Mas nós também estamos".
Os Estados Unidos, o maior emissor de carbono do mundo após a China, assinaram o acordo de Paris sob o governo de Barack Obama, mas Trump argumentou que o pacto prejudicaria a economia do país.
Durante seu discurso na conferência no início da semana, Balton destacou os esforços globais de combate à pesca ilegal.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, abriu a conferência com um apelo aos países para que deixem de lado o ganho nacional para salvar os oceanos e evitar uma "catástrofe global".
"A poluição, a sobrepesca e os efeitos das mudanças climáticas prejudicam gravemente a saúde de nossos oceanos", afirmou, destacando a poluição de plásticos como particularmente prejudicial.
Guterres citou um estudo recente que mostrou que o volume de plástico poderia superar o de peixes nos oceanos até 2050 se nada for feito.