Uma pesquisa do site "ConservativeHome" revelou neste sábado que 59,5% dos integrantes do Partido Conservador do Reino Unido que a responderam acreditam que a primeira-ministra, sua correligionária Theresa May, deveria renunciar depois que a legenda perdeu a maioria absoluta nas eleições antecipadas da última quinta-feira. Informações da agência de notícias EFE.
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O levantamento recebeu 1.503 respostas por parte de filiados do partido, dos quais 36,6% acreditam que May deve continuar no cargo, enquanto 3,9% disseram não ter uma opinião formada a respeito.
O site que divulgou a pesquisa, dirigido pelo ex-deputado conservador Paul Goodman, é um ponto de encontro habitual de integrantes e simpatizantes do Partido Conservador, no qual escrevem de forma regular alguns dos principais nomes da legenda.
Apesar das pressões que May recebeu para renunciar, a primeira-ministra reiterou ontem que não tem intenção de dar um passo atrás e que trabalha para forjar um acordo com os unionistas na Irlanda do Norte, que lhe permitiria seguir no comando do Executivo.
Nas eleições de quinta-feira, os conservadores somaram 318 deputados, oito abaixo da maioria absoluta na Câmara dos Comuns, onde precisarão do apoio de políticos de outros partidos a partir de agora para desenvolver suas propostas.
RENÚNCIA
Algumas vozes dentro do Partido Conservador se mostraram contrárias a que May apresente agora sua renúncia.
O ex-ministro conservador para a Irlanda do Norte, Owen Paterson, alertou hoje em uma entrevista à "BBC" que iniciar um processo para escolher um novo líder levaria os conservadores ao "caos" em um momento político complexo, quando estão a ponto de começar as negociações sobre a saída da União Europeia (UE).
"Faltam nove dias para que comece o diálogo sobre o 'Brexit' e sofremos dois horríveis incidentes de segurança recentemente. Colocar agora o Partido Conservador em um novo processo de primárias seria muito pouco inteligente", disse Paterson.
Horas depois da divulgação do resultado eleitoral, May confirmou no cargo os cinco principais ministros do seu gabinete, que controlam as pastas de Economia, Interior, Relações Exteriores, Defesa e "Brexit".