REINO UNIDO

Autoridades confirmam mortes em incêndio de edifício em Londres

De acordo com a polícia, ao menos seis morreram. Testemunhas afirmaram que viram pessoas caindo ou saltando do prédio de 27 andares

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 14/06/2017 às 7:32
Natalie OXFORD / AFP
FOTO: Natalie OXFORD / AFP
Leitura:

O grande incêndio registrado na terça-feira (13) à noite em um edifício de apartamentos de 27 andares na zona oeste de Londres deixou pelo menos seis mortos e 50 feridos, além de vários desaparecidos.

"Posso confirmar seis mortes no momento, mas o balanço deve aumentar durante o que será uma complexa operação de busca de vários dias", afirma em um comunicado Stuart Cundy, comandante da Polícia Metropolitana.

Muitas pessoas são consideradas desaparecidas

As autoridades não determinaram até o momento a origem do incêndio.

Testemunhas da tragédia afirmaram que viram pessoas caindo ou saltando da torre residencial de 120 apartamentos e ao menos um morador agitando um lençol branco em um dos andares do edifício.

"Escutei gritos de todos os lados e vi pessoas pulando pelas janelas. As chamas devoravam a torre. Um horror", contou à AFP Khadejah Miller, que mora em um edifício próximo e que foi esvaziado pelas autoridades por medida de precaução.

Natalie OXFORD / AFP
"O incêndio vai do 2º ao 27º andares", revelou um oficial dos bombeiros - Natalie OXFORD / AFP
Daniel LEAL-OLIVAS / AFP
Dezenas de vizinhos saíram às ruas para tentar fazer contato com conhecidos dentro do prédio - Daniel LEAL-OLIVAS / AFP
DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
- DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Natalie OXFORD / AFP
O edifício tinha 120 apartamentos - Natalie OXFORD / AFP
DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Quarenta caminhões e 200 bombeiros foram enviados para combater o incêndio - DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Giulio Thuburn / AFP
O incêndio aconteceu na Grenfell Tower, no subúrbio de North Kensington - Giulio Thuburn / AFP
DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
A causa do fogo ainda é desconhecida - DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Os bombeiros foram chamados por volta da 1h15 local (21h15 Brasília) - DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
- DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
O prédio foi construído em 1974 - DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Daniel LEAL-OLIVAS / AFP
- Daniel LEAL-OLIVAS / AFP
ADRIAN DENNIS / AFP
- ADRIAN DENNIS / AFP
ADRIAN DENNIS / AFP
- ADRIAN DENNIS / AFP
ADRIAN DENNIS / AFP
- ADRIAN DENNIS / AFP

A torre estava praticamente destruída na manhã desta quarta-feira e os bombeiros temem o desabamento. Cotton declarou que o edifício estava estabilizado, mas uma equipe de engenheiros foi enviada para inspecionar as fundações.

A Grenfell Tower foi construída em 1974 na área norte de Kensignton, perto do famoso bairro de Notting Hill.

Ao menos 50 pessoas foram hospitalizadas, anunciaram as autoridades.

O incêndio foi declarado à meia-noite. Quase 200 bombeiros lutavam contra as chamas na manhã desta quarta-feira.

"Os bombeiros avançaram até o 20º andar e conseguiram retirar muitos moradores", disse a chefe dos bombeiros.

'Várias pessoas não conseguiram sair' 

"Estavam presos. Não conseguiam descer, especialmente dos andares superiores (...) as pessoas ficaram queimadas", disse um homem identificado como Daniel à rádio BBC.

"Eu vi com meus próprios olhos. E vi pessoas saltando", completou.

Hanan Wahabi, de 39 anos, disse à AFP que escapou com o marido, o filho de 16 anos e a filha de 8, mas teme por seu irmão e sua família que moram no 21º andar.

"A última vez que o vi estava na janela, com a sua mulher e os filhos", afirmou no centro comunitário Rugby Portobello.

"Não soube de mais nada sobre eles desde então, o telefone não funciona, a linha fixa também não. Isso foi às 02H00" (22H00 de Brasília, terça-feira), completou.

Eddie, 55 anos, morador do 16º andar, disse que abandonou seu apartamento com uma toalha no rosto para tentar evitar a fumaça.

"Não era possível ver nada. Eu corri para as escadas. Várias pessoas não conseguiram sair do edifício", disse.

Jody Martin disse à BBC que conseguiu chegar ao segundo andar, onde uma fumaça sufocante dominava o ambiente.

"Vi uma pessoa cair, vi outra mulher com seu bebê do lado de fora da janela, ouvi gritos, gritei para que descessem e diziam que não conseguiam sair dos apartamentos porque a fumaça era muito intensa nos corredores", contou.

O comandante Dan Daly, da London Fire Brigade, afirmou que "os bombeiros equipados com aparelhos respiratórios trabalham de maneira muito dura em condições difíceis para controlar o incêndio".

Vários sobreviventes criticaram a recomendação de permanecer em seus apartamentos.

"Se tivéssemos seguido este conselho estaríamos mortos", afirmou Nicky Paramesivan à BBC.

'Inevitável' 

O edifício de apartamentos fica na zona oeste da capital, no bairro North Kensignton, perto de Sheperd's Bush e Notting Hill.

A administração do local realizou uma ampla reforma recentemente, que incluiu um novo sistema de calefação e de água quente.

O custo da obra, concluída em maio de 2016, foi de 8,7 milhões de libras (9,9 milhões de euros).

A fachada foi modernizada com um revestimento.

De acordo com documentos divulgados na internet, alguns moradores reclamaram em várias ocasiões nos últimos anos do estado do edifício e dos possíveis riscos de incêndio.

"Ninguém quis levar em consideração nossas advertências, uma catástrofe como esta era inevitável", publicou em seu blog o Grupo de Ação de Grenfgell após a tragédia.

O prefeito de Londres declarou que os depoimentos provocam "perguntas que aguardam respostas".

Últimas notícias