As forças de elite do Irã lançaram um ataque com mísseis contra "bases terroristas" na região síria de Deir Ezzor, controlada pelos extremistas do Estado Islâmico, anunciou Teerã neste domingo.
Leia Também
- Forças iraquianas tomam passagem para Síria usada pelo Estado Islâmico
- Forças Democráticas Sírias tomam primeiro bairro da zona oeste de Raqa
- Síria: combates violentos na entrada da Cidade Antiga de Raqa
- Síria: exército decreta cessar-fogo de 48 horas em Deraa
- Irã lança mísseis contra posições do Estado Islâmico na Síria
O ataque, realizado no sábado com o lançamento dos mísseis do território iraniano, foi em "represália" pelos atentados perpetrados no dia 7 de junho contra o Parlamento iraniano e contra o mausoléu do aiatolá Komeini em Teerã e que foram reivindicados pelo Estado Islâmico, anunciaram os Guardiães da Revolução, as forças de elite iranianas.
Poucas horas antes, o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Jamenei, havia prometido que o Irã "golpearia seus inimigos" para honrar "as famílias dos 'mártires'" mortos especialmente na Síria e no Iraque.
O Irã xiita é aliado da Síria há tempos nos combates contra os grupos fundamentalistas sunitas do Estado Islâmico, mas essa é a primeira vez que se sabe sobre um ataque iraniano com mísseis contra os extremistas no território sírio.
Comunicado dos Guardiões
"Nessa operação, mísseis de médio alcance foram lançados das províncias de Kermanshah e do Curdistão. Uma grande quantidade de terroristas foi morta e seus equipamentos e armas destruídos", informou o comunicado dos Guardiães.
O ataque de represália iraniano teve como alvo "a base de comando (...) dos terroristas em Deir Ezzor, no leste da Síria", acrescentou.
De acordo com a imprensa iraniana, os mísseis recorreram uma distância de 650 km, sobrevoando o território iraquiano, até atingir seus alvos em Deir Ezzor.
Após o duplo atentado em Teerã há 10 dias, os Guardiães haviam prometido que "vingariam o sangue inocente derramado".
As autoridades iranianas acusaram a Arábia Saudita e os Estados Unidos de apoiar os grupos extremistas atuando contra o Irã.
A república islâmica desenvolveu nos últimos anos um amplo programa balístico com numerosos tipos de mísseis com um alcance de 2.000 km.
O Senado americano votou na quinta-feira a favor de uma nova lei para adotar sanções contra o Irã, acusado de "apoiar atos terroristas internacionais" e por seu programa balístico.
Declaração do Teerã
Teerã, por sua vez, denunciou na sexta-feira que essa votação era "totalmente ilegal e ilegítima". "As forças armadas iranianas continuarão defendendo a segurança e os interesses do país", declarou Bahram Ghassemi, porta-voz do ministério das Relações Exteriores, acrescentando que "o programa balístico do Irã é totalmente legítimo".