PAQUISTÃO

Atentados no Paquistão deixam 24 mortos pouco antes do fim do Ramadã

O primeiro ataque teve como alvo um veículo da polícia com um saldo de 13 mortos

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Publicado em 23/06/2017 às 15:50
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O primeiro ataque teve como alvo um veículo da polícia com um saldo de 13 mortos - FOTO: Foto: STR/AFP
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Três atentados, dois deles quase simultâneos, foram registrados nesta sexta-feira (23) no Paquistão, véspera do fim do mês sagrado do Ramadã, com ao menos 24 mortos, em sua maioria civis.

O primeiro ataque teve como alvo um veículo da polícia em Quetta, capital da província do Baluchistão (sudoeste), com um saldo de 13 mortos.

Os outros dois ataques ocorreram consecutivamente em um mercado lotado de pessoas que faziam as compras para o iftar, a refeição de quebra do jejum, com ao menos 11 mortos em Parachinar, na fronteira com o Afeganistão.

O ataque em Quetta foi reivindicado pelos grupos extremistas Estado Islâmico (EI) e Jamaat-ul-Ahrar, uma facção do Talibã paquistanês (TTP).

As duas organizações deram detalhes conflitantes sobre o ataque, de acordo com SITE, um centro americano especializado no monitoramento dos movimentos extremistas na internet.

O Estado Islâmico na Província de Khorasan, facção do grupo no Paquistão e no Afeganistão, assumiu a responsabilidade por vários ataques nos últimos meses no Baluchistão, algumas vezes em colaboração com grupos locais como Jamaat-ul-Ahrar.

Pelo menos vinte pessoas ficaram feridas na explosão, que ocorreu em frente ao escritório do chefe da polícia local, indicou Fareed Ahmed, médico do Hospital Civil.

Nove dos mortos eram policiais, explicou o chefe de polícia, Abdul Razzak Cheema.

"A explosão tinha como alvo uma caminhonete da polícia estacionada diante do escritório do inspetor-geral", disse o comandante Mohamed Tariq.

O Baluchistão, província rica em recursos naturais abalada por uma insurreição separatista e a violência islamita, faz fronteira com o Irã e o Afeganistão. É a maior província do país, com sete milhões de habitantes.

Apesar das operações militares e programas de desenvolvimento, que permitiram diminuir a violência, os atentados seguem acontecendo.

Os habitantes afirmam que são marginalizados pelo governo do país, que acusam de despojar a província de seus recursos minerais e de energia.

Atentado duplo
 

Horas mais tarde, no norte do país, um duplo atentado em um mercado lotado de pessoas causou ao menos 11 mortos, segundo anunciaram as autoridades locais.

"A primeira explosão aconteceu no mercado e quando os serviços de emergência chegaram no local para socorrer as vítimas, uma segunda explosão aconteceu", informou Nasrullah Khan, indicando que ao menos 24 pessoas ficaram feridas.

Este atentado duplo ainda não foi reivindicado.

Os mercados desta cidade isolada, perto da fronteira afegã, já sofreu dois grandes ataques este ano, com 22 e 24 mortes.

Os muçulmanos xiitas, que representam aproximadamente 20% da população do Paquistão, são considerados hereges pelos grupos armados paquistaneses de confissão sunita.

Por esta razão, "os souks (mercados populares) são protegidos por barreiras e os veículos não são permitidos", segundo Sajid Hussain Turi, uma autoridade local, proprietário do mercado que sofreu o ataque nesta sexta-feira.

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