A oposição venezuelana fechou novamente as ruas de Caracas e de várias cidades do país nesta quarta-feira, invocando a desobediência ao governo de Nicolás Maduro, de quem pedem a renúncia.
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Várias áreas do leste da cidade ficaram intransitáveis para os veículos durante horas, pois pequenas barricadas bloquearam ruas, avenidas e rodovias.
Apesar da chuva, centenas de manifestantes ficaram nas ruas cerca de quatro horas, como pediu a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
Em La Trinidad (sudeste) os opositores levaram cadeiras de praia, onde se sentaram para conversar, e casacos e guardas-chuvas, para enfrentar o mau tempo. Em alguns cartazes se lia "desobediência já", enquanto jovens jogavam futebol.
"Aqui estivemos sob chuva durante quatro horas. Tivemos mais gente que no protesto passado (segunda-feira). Para nós, foi um sucesso total", disse à AFP Carlos Pérez, um arquiteto de 56 anos que no final do protesto removia as pedras e os troncos que bloqueavam a passagem em uma avenida de La Trinidad.
"Com esse protesto vamos demostrar ao governo que a Venezuela está unida contra a Assembleia Constituinte. Queremos eleições gerais", acrescentou.
Em várias áreas da cidade, como Altamira e La Urbina (leste) ou La Candelaria e San Bernardino (centro), as forças de segurança do Estado dispersaram os manifestantes com gases lacrimogêneos e balas de borracha.
O deputado opositor Juan Guaidó ficou ferido pelas balas de borracha nas costas e precisou ser atendido em uma clínica.
"Amanhã continuaremos. Voltaremos às ruas, vamos ao Conselho Nacional Eleitoral. Vamos continuar protestando para deter a fraude Constituinte", expressou Guaidó em entrevista coletiva no final da tarde.