O Vaticano informou nesta quinta-feira (29) que aceitou a licença solicitada pelo cardeal George Pell para que ela possa preparar sua defesa das acusações de pedofilias, informando que o australiano não renunciou a seu cargo.
Em um comunicado benevolente com seu número três, o Vaticano informa que o papa Francisco foi informado sobre o pedido do cardeal e que, durante sua ausência, a secretaria de Assuntos Econômicos da Santa Sé prosseguirá com suas atividades de modo normal.
"O Santo Padre, que valoriza a honestidade do cardeal Pell durante seus três anos de trabalho na Santa Sé romana, reconhece sua colaboração e, de modo concreto, sua enérgica entrega a favor das reformas no setor administrativo e econômico", afirma o Vaticano no texto.
A Santa Sé também expressa respeito pelo sistema judiciário australiano, pero mas destaca que é "importante recordar que o cardeal Pell condenou de forma aberta e repetida os atos de abuso (sexual) contra menores como imorais e intoleráveis".
O comunicado também recorda que Pell já colaborou com as autoridades de seu país, apoiou a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores e, como arcebispo da Austrália, "introduziu sistemas e procedimentos para a proteção dos menores e para proporcionar ajuda às vítimas de abusos".
George Pell foi acusado nesta quinta
O cardeal George Pell, encarregado de Finanças do Vaticano, foi acusado nesta quarta-feira de ter cometido múltiplos abusos sexuais contra crianças na Austrália, anunciou a polícia do país.
"A polícia [do estado australiano] de Victoria acusou o cardeal George Pell de delitos de abuso sexual" cometidos no passado, declarou o comissário adjunto Shane Patton a jornalistas, oito meses depois de a polícia australiana interrogar Pell, em Roma, por estas acusações, que ele desmente.
"Há múltiplas denúncias relacionadas com estas acusações", acrescentou.
Patton disse que o clérigo de 76 anos foi intimado a se apresentar à corte de magistratura de Melbourne em 18 de julho para uma audiência.
O cardeal reagiu negando "vigorosamente" todas as acusações de abuso sexual contra crianças e afirmou que viajará à Austrália para limpar seu nome.
"Sou inocente, estas acusações são falsas", declarou o número três do Vaticano, antes de anunciar que pretende retornar a seu país.
"Desejo ter finalmente a oportunidade de comparecer à justiça", afirmou.