O governo venezuelano e seus simpatizantes fizeram nesta quarta-feira (5) um inesperado ato na sede do Parlamento por ocasião do Dia da Independência e cinco pessoas, entre eles três deputados opositores, ficaram feridos nos confrontos.
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Maioria na Casa, a oposição reagiu, chamando o ato de "assalto" e "provocação para gerar violência".
Durante a solenidade, simpatizantes do governo chegaram a invadir o Parlamento com violência, de fato, e o caos se instalou.
Os deputados Américo de Grazia, Nora Bracho e Armando Armas foram agredidos violentamente na cabeça, segundo a deputada Yajaira de Forero.
Segundo eles, outros dois funcionários da Assembleia também ficaram feridos.
Dezenas de pessoas, algumas encapuzadas, com pedaços de pau nas mãos e vestidas de vermelho, tomaram os jardins do Palácio Legislativo e detonaram rojões, gerando muita confusão.
Os jornalistas que cobriam o ato na Assembleia foram obrigados pelos partidários do governo a interromper os registros, e um dos vândalos portava uma arma de fogo.
A cerimônia, que não estava prevista na agenda do Legislativo, foi liderada pelo vice-presidente Tareck El Aissami, que chegou acompanhado do ministro da Defesa e chefe da Força Armada, Vladimir Padrino López, assim como de membros do gabinete e de partidários chavistas.
Durante o evento, expôs-se a ata de Independência do país, firmada há 206 anos.
El Aissami fez um discurso de cerca de 15 minutos, no qual acusou a oposição de "sequestrar" o Poder Legislativo. Os adversários de Maduro dominam a Casa, com folga, desde sua esmagadora vitória nas urnas em dezembro de 2015.
"Estamos precisamente nas instalações de um poder do Estado que foi sequestrado pela mesma oligarquia que traiu Bolívar e sua causa", disse o vice-presidente, deflagrando aplausos dos convidados.
A crise política venezuelana se encontra em uma fase de alta tensão por protestos da oposição que deixaram 91 mortos em três meses e pela convocação de uma Assembleia Constituinte, por parte do presidente Nicolás Maduro.
O vice El Aissami advertiu que Maduro não se renderá, nem cederá em seu propósito de levar a Constituinte adiante.
"Aqui está um presidente digno que nunca se renderá, nem permitirá que a Venezuela seja colônia de qualquer potência estrangeira", declarou.
"Foi um assalto ao Palácio Federal. Isso podia ter sido feito em coordenação com a mesa-diretora da Assembleia", criticou o deputado Tomás Guanipa, antes da cerimônia parlamentar especial.
Já o ex-presidente da Assembleia, o ex-deputado Henry Ramos Allup, disse não se surpreender com essa "provocação". Para ele, o governo está disposto a "qualquer coisa", do mesmo modo que a Constituinte foi convocada sem um referendo consultivo prévio.
"É um governo terminal sustentado pelas baionetas e pelas decisões do Tribunal Supremo da Justiça", denunciou Ramos Allup.