Katherine Harington, nomeada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) como possível substituta da procuradora-geral Luisa Ortega, tentou, nesta quinta-feira (13), participar de uma assembleia extraordinária de procuradores ibero-americanos em Buenos Aires, mas teve o seu acesso negado.
Acompanhada por funcionários da embaixada da Venezuela na capital argentina, Harington chegou ao edifício onde acontecia a reunião convocada para abordar o caso de Ortega.
"Não foi permitida a sua entrada porque o conjunto de procuradores entende que a procuradora-geral venezuelana é Luisa Ortega e em seu lugar foi permitida a participação de sua representante, Patricia Parra", disse à AFP uma fonte do Ministério Público argentino.
Por enquanto não se sabe a agenda de Harington em Buenos Aires.
Em uma videoconferência, Ortega lembrou que não pôde estar presente na assembleia porque está proibida de sair do país e denunciou o congelamento de suas contas bancárias.
Os procuradores expressaram o seu apoio à procuradora venezuelana, e a procuradora-geral da Argentina, Alejandra Gils Carbó, esclareceu que o seu apoio a sua contraparte motivava a defesa da independência deste poder.
"Não nos cabe opinar sobre a situação de outro país, exceto sobre afetarem a independência do Ministério Público", disse Gils Carbó.
Críticas
A assembleia ibero-americana repudiou os atos de perseguição, assim como a "pretensão de remoção ilegal ou arbitrária" contra Ortega nos últimos meses.
"Apoiamos nossos companheiros venezuelanos e sustentamos a necessidade de autonomia", disse também por videoconferência o procurador-geral da Espanha, José Maza Martin, em um pronunciamento similar ao expressado por seus colegas de Chile, Equador e Bolívia.
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