Um importante membro da equipe legal de Donald Trump renunciou nesta sexta-feira (21), num momento em que o presidente americano parece querer influenciar a investigação de um promotor especial sobre as ligações de sua equipe com a Rússia durante a campanha eleitoral do ano passado.
Mark Corallo, que coordenava a comunicação externa da equipe jurídica de Trump contra a crise, informou à AFP em um email que havia renunciado.
Ele não forneceu qualquer explicação para a renúncia, que ocorre após Trump entrar em território espinhoso durante uma longa entrevista ao New York Times, ao advertir o promotor especial Robert Mueller de não questionar as finanças da sua família.
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Nomeado em meados de maio pelo secretário de Justiça, Mueller, um ex-diretor do FBI, lidera a investigação federal sobre se os colaboradores de Trump foram coniventes com as tentativas de Moscou de influenciar a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos.
Trump rejeita as acusações, mas não conseguiu justificar por que seu filho mais velho e outros aliados-chave se reuniram com agentes russos que prometeram detalhes comprometedores de sua rival Hillary Clinton.
Enquanto a investigação parece dirigir suas atenções às transações financeiras, a imprensa americana indicou que vários aliados de Trump avaliam a possibilidade de perdões presidenciais aos envolvidos e buscam maneiras de desacreditar a investigação de Mueller.
Trump sugeriu diretamente que Mueller pode ter um conflito de interesses.
"Não há NENHUMA base para questionar a integridade de Mueller ou daqueles que trabalham com ele", declarou o ex-procurador-geral Eric Holder.
"Trump não pode definir ou limitar a investigação de Mueller. Se tentar isso vai criar problemas constitucionais e de dimensão criminal", acrescentou.
A Casa Branca recusou-se a descartar a possibilidade de que Mueller seja demitido, uma decisão que iria desencadear uma tempestade política e, talvez, uma crise constitucional.
Trump já demitiu e diretor do FBI, James Comey, em razão da investigação sobre a Rússia e criticou seu próprio secretário de Justiça.