Mais de 600.000 pessoas poderão contrair cólera neste ano no Iêmen, advertiu o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) neste domingo, em um momento em que o sistema de saúde do país devastado pela guerra enfrenta o colapso. Um em cada 45 iemenitas terá contraído a doença até o fim do ano como "consequência direta do conflito que devastou as infraestruturas e que destruiu todo o sistema de saúde", disse o CICR em comunicado.
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Mais de 370.000 pessoas ficaram doentes e 1.800 morreram desde abril na segunda epidemia de cólera no Iêmen em menos de um ano, segundo o CICR e a Organização Mundial de Saúde (OMS). A guerra no Iêmen, que tem como protagonistas as forças pró-governamentais, apoiadas por uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes xiitas huthis, com o apoio do Irã, deixou milhares de mortos e milhões de deslocados.
Vários portos importantes situados na costa do Mar Vermelho estão bloqueados, limitando assim o acesso a comida e medicamentos para milhões de pessoas. Atualmente, menos da metade das instalações médicas está em operação.
Desde a intervenção da coalizão árabe em março de 2015, os combates deixaram mais de 8.000 mortos, em sua maioria civis, e 44.500 feridos.