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A Procuradoria-Geral do Panamá não divulgará os nomes dos acusados pelo escândalo da empreiteira Odebrecht, acusada de pagar subornos a funcionários do governo em vários países da América Latina para obter contratos, disse neste domingo o número dois da instituição.
"O Ministério Público está impedido de dar nomes de pessoas imputadas por qualquer delito" para garantir "o princípio de presunção de inocência", disse Rolando Rodríguez, número dois da Procuradoria-Geral, em uma entrevista ao canal de televisão RPC, quando foi perguntado sobre os acusados no escândalo da Odebrecht.
Segundo Rodríguez, a Procuradoria panamenha revelará os nomes quando houver uma sentença definitiva "ou uma condenação dessas pessoas".
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou no Panamá mais de 59 milhões de dólares em subornos entre 2010 e 2014.
A procuradora-geral, Kenia Porcell, disse há algumas semana que no Panamá há 24 investigações, 36 pessoas processadas e 56 milhões de dólares apreendidos em ativos, relacionados ao escândalo da empresa.
A omissão dos nomes dos imputados gerou críticas de organizações da sociedade civil, que suspeitam que este silêncio busca encobrir altos funcionários do atual e de anteriores governos.
O ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014) foi detido em Miami por ter recebido dinheiro supostamente da Odebrecht para financiar a campanha em 2014 do então candidato governista José Domingo Arias.
Também estão envolvidos no escândalo os filhos de Martinelli, alvos de uma ordem de detenção da Interpol, por terem cobrado supostamente mais de 20 milhões de dólares em comissões da empresa brasileira.