O presidente da Fundação Americana contra aids (amfAR), Kenneth Cole, anunciou nesta terça-feira (25) o lançamento de uma "coalizão" para melhorar a coordenação entre os diferentes atores na luta contra a aids, em um contexto de diminuição do financiamento.
Segundo ele, se quisermos que a epidemia de aids deixe de ser um problema maior de saúde pública até 2030 (a meta estabelecida pela UNAids), "devemos entender as etapas pelas quais temos de passar e distribuir recursos científicos e financeiros em função de suas prioridades".
No terreno, as pessoas envolvidas na prevenção, no acesso aos tratamentos e na busca por remédios, ou vacinas, "não falam entre si o suficiente", avaliou Cole.
Chamada "End AIDS ("Acabar com a aids", em tradução livre), a coalizão reúne cerca de 30 organizações, incluindo a UNAids e o Fórum Mundial para a Luta contra o HIV/aids, Tuberculose e Malária (GFATM).
Em nível mundial, as ajudas oficiais para a luta contra a aids diminuíram no ano passado, atingindo seu piso desde 2010: 7 bilhões de dólares contra 7,5 bilhões de dólares em 2015 - segundo a Kaiser Family Foundation.
Cortes na saúde
Nos Estados Unidos, historicamente o país que mais contribui nessa causa, o presidente Donald Trump propôs cortar o financiamento de vários programas de saúde.
"Estamos em um ponto de inflexão na luta contra a aids", alertou Cole, apontando avanços, mas também preocupações, como a resistência aos tratamentos.
"Se não agirmos agora e juntos, pode ser que, depois, não seja possível controlar essa epidemia. O custo - tanto financeiro quanto em vidas humanas - seria catastrófico", acrescentou.