Um tratamento experimental feito em 52 pacientes com câncer de pulmão surtiu um efeito inesperado para pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona. Cerca de 27% das pessoas, 14 pacientes, recuperaram a coloração original do cabelo totalmente e, um deles, parcialmente. Os outros 38 não comunicaram mudanças ou ainda não possuíam fios brancos.
Tal resultado não era esperado pela dermatologista Noelia Rivera, coautora do estudo. "Foi um efeito colateral totalmente inesperado", comentou em entrevita à BBC Mundo.
A conclusão surgiu depois de parte dos testados relatarem esta mudança no cabelo, o que levou os cientistas a concluírem que as drogas usadas em procedimentos de imunoterapia (Keytruda, Opdivo e Tecentriq) causaram este resultado.
Ainda não há certeza, porém, se todos voltaram a ter a mesma cor de cabelo que tinham na juventude ou se foi apenas um escurecimento, afinal nenhum loiro participou da pesquisa, segundo Rivera. A mudança simboliza ainda um bom sinal de que o tratamento caminha bem, pois 13 dos 14 que apresentaram perda dos cabelos brancos tiveram bons resultados.
Risco
Mas, devido aos fortes efeitos colaterais, os medicamentos não podem ser utilizados em pacientes saudáveis para fins estéticos. Isso porque ele estimula o sistema imunológico, o que tem gerado reações nas células de defesa e causado doenças autoimunes. Outro ponto negativo é o custo. Informações da organização Cancer Research UK indicam que por ano o tratamento chega a R$ 412 mil por ano.
