México, Colômbia, Panamá, Argentina, Costa Rica, Peru e Estados Unidos anunciaram que não vão reconhecer a legitimidade dos resultados da votação da Assembleia Constituinte promovida pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
"A eleição fraudulenta de Maduro é outro passo para a ditadura. Não aceitaremos um governo ilegítimo. O povo venezuelano e a democracia vão prevalecer", tuitou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
Na mesma linha, o México afirmou que "não reconhece os resultados da eleição dos integrantes da Assembleia Nacional Constituinte".
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Também lamentou que o governo da Venezuela "tenha decidido realizar eleições contrárias aos princípios democráticos reconhecidos universalmente, que não aderem à Constituição da República e que aprofundam a crise", disse a Chancelaria em um comunicado.
As "medidas instrumentalizadas ao longo do dia, que semearam temor entre a população e impediram a livre-manifestação, refletem o nível de intolerância que prevalece na Venezuela", apontou o governo mexicano.
"Seguir adiante com a Assembleia Constituinte significa uma continuação do conflito", acrescentou o texto, ao mesmo tempo em que condenou "os incidentes de violência e repressão, nos quais mais venezuelanos perderam a vida, ou ficaram feridos".
O México também pediu a ambas as partes que "privilegiem o diálogo" para alcançar a reconciliação.
Em nota divulgada na conta do Ministério das Relações Exteriores no Twitter, a Argentina declarou que "não reconhecerá os resultados dessa eleição ilegal".
O Peru também manifestou que "não reconhece os resultados da ilegítima eleição realizada hoje (domingo) para compor uma Assembleia Nacional Constituinte na Venezuela".
A Costa Rica convocou, por sua vez, todos os Estados e organismos internacionais a não reconhecer essa consulta como legítima.
Durante a semana, Colômbia e Panamá já haviam anunciado que não reconheceriam os resultados das urnas.
Outros países também expressaram objeções à eleição da Constituinte na Venezuela.
Brasil
O Brasil "instou" as autoridades venezuelanas a "suspenderem a instalação da Assembleia Constituinte".
"Diante da gravidade do momento histórico por que passa a Venezuela", o Ministério das Relações Exteriores considerou, em uma nota, que a iniciativa de Maduro "viola o direito ao sufrágio universal, desrespeita o princípio da soberania popular e confirma a ruptura da ordem constitucional na Venezuela".
Apesar de reiterar sua "grave preocupação" com a escalada de violência na Venezuela, o comunicado do Itamaraty não especifica se o governo reconhecerá, ou não, a Constituinte.
O Chile manifestou, por sua vez, "sua profunda decepção com a decisão do governo venezuelano de ter materializado" a eleição da Constituinte e considerou que essa "decisão ilegítima aprofundou ainda mais a divisão na sociedade venezuelana".
As eleições foram realizadas "sem as mínimas garantias para uma votação universal e democrática", nem cumpriram os requisitos estabelecidos na Constituição venezuelana, ressaltou o governo chileno.
"Esta decisão ilegítima aprofundou ainda mais a divisão na sociedade venezuelana", insistiu.
No Twitter, o ministro britânico das Relações Exteriores, Alan Duncan, disse estar "em choque" com a "fraudulenta" Assembleia Constituinte e com as trágicas mortes ocorridas hoje. Foram pelo menos nove.