O Senado americano confirmou nesta terça-feira (1º), por uma esmagadora maioria, Christopher Wray como novo diretor do FBI, três meses depois de o presidente Donald Trump demitir seu antecessor, James Comey. O advogado criminalista era uma opção que não gerava polêmicas, motivo pelo qual conseguiu o apoio dos dois partidos depois de dizer aos legisladores que prefere renunciar a ceder à interferência política.
Leia Também
- Trump diz que ex-diretor do FBI tentou pressioná-lo com relatório
- Indicado ao FBI: investigação sobre a Rússia não é 'caça às bruxas'
- Trump diz não ter gravações de suas conversas com ex-diretor do FBI
- FBI: ataque a policial no aeroporto dos EUA foi 'ato terrorista'
- Donald Trump admite pela 1ª vez que está sendo investigado por demitir diretor do FBI
A votação foi de 92 votos a favor e 5 contra. Wray assume o cargo em um momento difícil para o FBI. A demissão de Comey gerou uma onda de acusações contra Trump por sua suposta tentativa de atrapalhar a investigação sobre vínculos entre seu comitê de campanha e a Rússia durante a eleição presidencial do ano passado.
Esta situação levou à nomeação do procurador especial independente, Robert Mueller, para encarregar-se do caso. O primeiro objetivo do novo diretor do FBI é convencer os mais de 30.000 funcionários do organismo de seu compromisso com a independência, depois de insistir com os legisladores de que não tolerará pressões de nenhum setor.
"Não se pode fazer um trabalho como este sem estar preparado para renunciar ou ser demitido quando é pedido que se faça algo que é ilegal, inconstitucional ou até mesmo moralmente repugnante", disse no mês passado ao comitê judicial do Senado.
"Você tem que ser capaz de se manter firme em seus princípios", afirmou.
Christopher Wray
Nascido em uma família de advogados nova-iorquinos, Wray, de 50 anos, é formado em Direito pela Universidade de Yale e foi procurador do Departamento de Justiça durante anos.
Em 2003 chegou a ser procurador-geral assistente encarregado da divisão criminal, onde supervisionou investigações por fraude, incluindo o gigantesco caso Enron, a companhia texana de energia envolvida em um escândalo com bilhões de dólares em perdas ligadas à corrupção.
Em 2005 entrou em um escritório de advogados. Agora inicia um mandato de dez anos à frente da Polícia Federal, um tempo relativamente longo, que tem por objetivo blindar a pessoa que ocupa o cargo de pressões.