O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira sentir "vergonha" de seu contraparte mexicano, Enrique Peña Nieto, que segundo ele, se comporta como o "empregado maltratado" do presidente americano, Donald Trump. Em uma de suas aparições na televisão, Maduro atacou Peña Nieto, que chamou de "covarde" por suas críticas à Assembleia Constituinte que será instalada na sexta-feira em Caracas.
"Peña Nieto dá vergonha. Escute-me da Venezuela: dá vergonha que você se deixe tratar assim, como um funcionário maltratado. Eu vejo Peña Nieto como um funcionário maltratado, abusado por seu chefe, Donald Trump. Ah, se ele se metesse com a Venezuela!", disse Maduro.
Documentos publicados recentemente pelo jornal The Washington Post revelam transcrições de conversas em que Trump ameaça Peña Nieto com a suspensão do diálogo bilateral caso o mexicano se oponha ao pagamento do muro fronteiriço prometido pelo presidente americano na campanha.
"Ele disse a Peña Nieto, lhe deu uma ordem pública: 'se você continuar dizendo que não vai pagar o muro entre México e Estados Unidos não me reúno mais com você'. Isso dá vergonha, indignação", reiterou Maduro.
"Se eu fosse presidente de México, me juntaria ao povo mexicano e com um martelo gigante derrubaria todos os muros que me separam dos Estados Unidos e não permitiria a construção desse muro, mas de frente, com valentia, como faria Emiliano Zapata, como faria Pancho Villa, valente como faria Lázaro Cárdenas", acrescentou.
Críticas
O México, um dos países mais críticos ao governo de Maduro, promoveu na Organização de Estados Americanos (OEA) uma reunião de chanceleres para discutir a crise política venezuelana.
O país norte-americano não reconheceu os resultados da Assembleia Constituinte eleita no domingo.